Se Kristina Mladenovic atravessa uma série de 15 derrotas consecutivas que já dura desde o mês de agosto, em sentido inverso a alemã Julia Goerges somou 15 triunfos consecutivos — que resultaram em três títulos e uns pozinhos. Pois bem, tudo tem um fim e a dream run da germânica terminou nesta madrugada. Em sentido inverso, há um certo Ivo Karlovic a fazer história “da grande” (literalmente…) em Melbourne Park.
À procura do regresso aos bons resultados no Grand Slam australiano, onde por três vezes atingiu a quarta ronda (2012, 2013 e 2015), a recém coroada campeã do WTA de Auckland, na Nova Zelândia, não resistiu a Alizé Cornet.
A francesa, que tal como ela também se dá bem em solo australiano, é aos 27 anos a atual 42.ª classificada da hierarquia feminina e não se deixou intimidar pela situação atual de Goerges. Assim, venceu por “simples” 6-4 e 6-3 num duelo em que o poderio ofensivo da germânica (32 winners contra 11) foi anulado pela falta de eficácia nos pontos de break e que dita o fim da sequência de 15 triunfos (a que Goerges tinha chegado com os títulos em Moscovo, Zhuhai e Auckland).
A jornada desta quarta-feira foi particularmente animada no quadro feminino. E se é verdade que Elina Svitolina e Caroline Wozniacki — duas das principais candidatas ao título — sobreviveram, também o é que as russas Anastasia Pavlyuchenkova e Daria Kasatkina ficaram pelo caminho.
A primeira tinha os quartos de final de 2017 a defender e ao cair perante Kateryna Bondarenko por 6-2 e 6-3 em apenas 74 minutos vai abandonar o top 20 (atualmente é a número 14); e a segunda procurava repetir a chegada à terceira ronda no ano de 2016, mas acabou travada pela polaca Magda Linette, que venceu por 7-6(4) e 6-2. Com sabor amargo ficou ainda a campeã olímpica Monica Puig, que depois de uma bela vitória (4-6, 7-6[6] e 6-4) frente a Samantha Stosur se “deixou” ultrapassar por Kaia Kanepi (6-4 e 6-3).
Ah! Porque é dela a campanha mais sonante do torneio, vale a pena referir uma vez mais o que tem feito a jovem sensação Marta Kostyuk, que aos 15 anos está na terceira ronda do quadro principal de singulares. Para ler aqui.
Um gigante histórico chamado Ivo Karlovic
Nos 2,11m de Ivo Karlovic cabem muitas histórias e o croata está a certificar-se de que sai deste Australian Open com mais uma. Pois bem, a vitória alcançada na madrugada desta quarta-feira garante isso mesmo.
Karlovic não só fez história, como o fez em grande estilo: derrotou o número 40 Yuichi Sugita pelos parciais de 7-6(3), 6-7(3), 7-5, 4-6 e 12-10 ao cabo de 4h33 e tornou-se no jogador mais velho a chegar à terceira ronda do Australian Open desde que os quadros dos torneios do Grand Slam foram alargados de 64 para 128 jogadores (1982).
No que a toda a toda a história do torneio diz respeito, Karlovic é o mais velho a consegui-lo desde Ken Rosewall (44 anos e 62 dias, em 1978) a fazê-lo.
Foi também em cinco sets que a questão se resolveu no entusiasmante duelo entre Jo-Wilfried Tsonga e Denis Shapovalov e no duelo de Grigor Dimitrov, enquanto Rafael Nadal resolveu o seu assunto em parciais diretos. Isto já depois de Marin Cilic ter afastado o português João Sousa, que não ficou satisfeito com a exibição mas atribuiu o mérito ao adversário.
A jornada tinha arrancado com um tweener sensacional de Pablo Carreño-Busta e viu ainda Nick Kyrgios regressar à terceira ronda, mas os restantes jogadores da casa não tiveram sorte: John Millman perde por 7-5, 3-6, 6-4 e 6-1 para Damir Dzumhur e Matthew Ebden por 7-6(7), 6-3 e 6-4 para Alexandr Dolgopolov.
Se a “velha” geração brilha, a nova também o quer fazer e Andrey Rublev eliminou o ex-finalista Marcos Baghdatis por 6-4, 6-7(5), 6-4 e 6-2 para chegar pela primeira vez à terceira ronda; um feito “imitado” por Kyle Edmund, que continua em muito boa forma e “despachou” Denis Istomin por 6-2, 6-2 e 6-4 ao cabo de 1h29.
Esta quinta-feira, a partir das 00h de Portugal Continental, há mais ténis. A ordem de jogos pode ser consultada aqui, enquanto os quadros estão disponíveis aqui e contam com atualizações automáticas de todos os resultados.