João Sousa com três top 40 na bolha pré-Australian Open

João Sousa está em Alicante a preparar a temporada de 2021 e ainda tem mais quatro semanas pela frente antes de aterrar em Melbourne, onde tal como os restantes jogadores terá de cumprir uma quarentena obrigatória, mas já sabe com quem vai passar as duas semanas que antecedem o Australian Open.

“Nos primeiros sete dias vamos treinar com o Pablo Carreño Busta. Na segunda fase podemos juntar-nos a mais dois jogadores, ou seja, juntam-se duas bolhas, e vamos estar com o Jan-Lennard Struff e o Nikoloz Basilashvili”, contou o treinador Frederico Marques, que no início do mês já tinha falado com o jornal A Bola sobre os primeiros dias em Melbourne.

O tenista espanhol é o 16.º classificado no ranking ATP, enquanto o alemão é o 36.º e o georgiano o 40.º, pelo que serão três os membros do top 40 mundial com que João Sousa irá preparar o primeiro torneio do Grand Slam da temporada.

Mas os trabalhos com Pablo Carreño Busta não constituirão uma novidade, uma vez que a dupla ibérica não só se conhece bem como está reunida desde domingo na academia do ex-número um mundial Juan Carlos Ferrero, em Alicante.

“Chegámos no domingo. A semana tem estado a correr bem e aproveitámos o facto de uma das marcas que patrocina o João ter uma sessão de filmagens agendada para quinta-feira para virmos uns dias mais cedo e treinarmos com bons atletas como o Pablo e o Carlos Alcaraz. Estamos a treinar com eles duas vezes por dia”, explicou o técnico português, que fez um balanço positivo do regresso aos trabalhos.

“Começámos no final do mês de novembro com uma semana em Guimarães e vimos que estava tudo bem. As dores no braço  já não existiam e no pé o João já não sentia o que sentiu durante o ano, por isso viajámos para Barcelona e fizemos uma semana só de trabalho físico. Tem sido um processo bom, o João está finalmente a movimentar-se melhor e sem dores. Em relação ao braço já está 100% bem e no pé está a roçar os 100%, por isso esta é a primeira vez que consegue treinar duas semanas seguidas a bom ritmo, sem dores ou limitações de treino, desde que a lesão apareceu, no final de 2019”.

Satisfeito com a evolução das últimas semanas, Frederico Marques salientou que “ainda temos um longo caminho a percorrer para voltar ao nível a que o João nos habituou nos últimos anos, porque não é fácil estar parado e não treinar ou competir com uma intensidade que para ele já era normal. Agora, quando essa intensidade volta ele ainda nota um bocadinho e cansa-se mais, portanto a exigência tem de ser muito alta, e diária, para chegarmos à Austrália nas melhores condições.”

E é desse trabalho e dessa evolução que dependem os primeiros passos da dupla em 2021: “Temos recibo novidades da Austrália quase todos os dias sobre as condições, os voos, os treinos e tudo o que se tem de fazer e ontem [quarta-feira] à noite a ATP anunciou novidades em relação ao calendário. Mas ainda não falámos sobre isso, estamos um bocadinho dependentes da evolução do João. Não em termos de dores, mas da evolução física e do tempo de que vamos precisar para trabalhar. Foram muitos meses sem conseguir pôr exigência nos treinos e para aguentar um ano de competição ao mais alto nível é preciso criar estas bases que estamos a conseguir trabalhar agora, por isso ainda estamos a pensar e vamos avaliar a evolução diária do João para decidir à última hora.”

A ATP, recorde-se, anunciou que a temporada de 2021 arranca na semana de 5 a 13 de janeiro em Delray Beach, nos EUA, e Antália, na Turquia. Depois, todos os jogadores que, como João Sousa, têm participação confirmada no quadro principal do Australian Open terão de chegar a Melbourne entre 15 e 16 de janeiro para realizarem uma quarentena de 15 dias.

Só ultrapassado esse período, com muitas restrições (apenas cinco horas fora do hotel e sempre monitorizados) e vários testes, é que receberão luz verde para competir em Melbourne a partir do último dia do mês. Aí, as opções são: dois ATP 250 de 31 de janeiro a 6 de fevereiro e a ATP Cup (para 12 seleções) de 1 a 5 de fevereiro, seguidos do Australian Open de 8 a 21 do mesmo mês.

TESTES TAMBÉM NA RAQUETE

Em simultâneo com os trabalhos de preparação para o novo ano, João Sousa está a testar outras armas: “Estamos a experimentar duas raquetes, mas para já não passa disso. O João está muito habituado àquela raquete [Wilson Ultra 100 Countervail], já são muitos anos a jogar com ela. Aproveitámos para ver outras opções e temos treinado com duas raquetes diferentes, mas ainda é muito prematuro”, explicou Marques.

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