Aos 31 anos, João Sousa prepara-se para participar pela 31.ª vez no quadro principal de singulares de um torneio do Grand Slam (um recorde cada vez maior para o ténis português) — e que torneio do Grand Slam: adiado de forma polémica (entretanto apaziguada) quando a pandemia ainda mal começara, Roland-Garros vai mesmo acontecer, mas praticamente sem público e com muitos cérebros em alerta.
Depois de um regresso ao circuito desapontante, o número um português e 77 ATP já deixou alguns sinais positivos no Masters 1000 de Roma e é a esse trabalho que Frederico Marques, o treinador que o acompanha há mais de oito anos, quer dar continuidade em Paris e sobre o qual se debruçou na antevisão que o Raquetc o convidou a fazer.
” Quando as vitórias não aparecem é porque falta nível: ou físico, ou psicológico e emocional, ou técnico, ou às vezes um bocadinho de tudo. Em termos gerais, o que nos tem faltado não só nas últimas semanas, mas nos últimos meses é encontrar esse equilíbrio a nível emocional e físico. Estou com o João há oito anos e o físico sempre foi uma das chaves, porque para estar forte mentalmente é preciso estar muito forte fisicamente. Há dias em que não é possível sentir tão bem a bola e em que as coisas não saem tão facilmente em termos técnicos ou táticos e é preciso puxar pela parte mental. E aí, se fisicamente não estamos bem dificilmente a parte mental vai conseguir acompanhar”, começou por reconhecer o treinador.