Federer dá masterclass a Djokovic, chega às meias-finais e “entrega” número 1 a Nadal

Quatro dias depois de entrar com o pé esquerdo no Nitto ATP Finals, Roger Federer reagiu da melhor forma possível à ocasião: num duelo de tudo ou nada, alinhou uma das melhores exibições da carreira frente a Novak Djokovic para derrotar o sérvio pela primeira vez em quatro anos e regressar às meias-finais do “Torneio dos Maestros”.

Para além do helvético também Rafael Nadal, o seu arquirrival, tem razões para celebrar: é que com este resultado o espanhol tem garantida a permanência no topo do ranking ATP até ao final da época, igualando Federer, Djokovic e Jimmy Connors no segundo lugar da lista de mais temporadas terminadas no primeiro lugar da hierarquia — à frente só Pete Sampras, que o conseguiu em seis ocasiões e logo consecutivas).

Exatamente quatro meses depois do último duelo com Novak Djokovic, em que acabou por perder o título de Wimbledon após desperdiçar dois match points, Roger Federer fez tudo bem para vencer por claros 6-4 e 6-3 perante uma O2 Arena completamente lotada.

Desde o jogo inaugural que o suíço de 38 anos deu sinais de querer atacar cedo o serviço do adversário e depois de falhar a conversão do primeiro break point não deu hipóteses no segundo, conseguindo um jogo em branco para agarrar desde cedo o comando das operações (2-1). Com a pancada de serviço extremamente apurada — colocou 83% dos primeiros serviços, venceu 84% desses pontos e 100% no segundo “saque” —, Federer não deu espaço a que o sérvio retaliasse e confirmou a vitória na primeira partida.

Dos 48 encontros anteriores entre Federer e Djokovic, cinco aconteceram no torneio que encerra a temporada do circuito ATP e em todos eles o vencedor da primeira partida carimbou o triunfo final. Bom apanágio para o número 3 do mundo, portanto, que já bem alertado para o perigo de um pequeno deslize voltou à carga logo no arranque do segundo set e não tardou a criar mais dois pontos de break.

O sérvio, que procurava igualá-lo no topo da lista de maiores campeões do torneio (teve essa oportunidade em 2018 mas acabou por perder a final para Alexander Zverev), reagiu bem e apesar do aparente desconforto no cotovelo que já tantos problemas lhe deu não desistiu de lutar, anulando os dois pontos para se manter colado ao marcador.

Não muito depois foi a vez de Djokovic conseguir colocar-se pela primeira vez na posição de ganhar um jogo de serviço ao adversário, mas o break point foi anulado de forma corajosa por Federer. A oportunidade desperdiçada por um foi a “gasolina” de outro e minutos depois o número três mundial consumou a quebra para ganhar a  vantagem necessária para caminhar para a 23.ª vitória da carreira sobre um dos seus dois maiores rivais — a primeira nos últimos cinco encontros e desde este mesmo torneio, há quatro anos e também na fase de grupos.

As estatísticas finais fazem justiça à exibição do suíço: 23 winners (12 em forma de ás), 5 erros não forçados, 81% de pontos ganhos com o primeiro serviço, 69% com o primeiro, 4 de 7 pontos de break convertidos e 1 salvo (o único que enfrentou).

Recordista de participações (17) e de títulos (6) no ATP Finals, Roger Federer evitou uma repetição da prestação de 2008 — o único ano em que não passou da fase de grupos — para se juntar a Dominic Thiem e Stefanos Tsitsipas no grupo de tenistas já qualificados. Como segundo classificado do Grupo Bjorn Borg, o suíço vai defrontar o primeiro classificado do Grupo Andre Agassi — que tanto poderá ser o grego como Rafael Nadal (Alexander Zverev e Daniil Medvedev ainda têm hipóteses de seguir em frente, mas em ambos os casos apenas no segundo lugar).

Para já, apenas uma coisa é certa: a vitória de Roger Federer sobre Novak Djokovic acaba com as contas do ranking. Aconteça o que acontecer daqui para a frente, some ou não mais vitórias, Rafael Nadal vai virar um ano como número um do mundo pela quinta vez na carreira.

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