É o verdadeiro American Dream, mas em terras australianas. E curiosamente, foi precisamente essa a dúvida que residia em Tennys Sandgren no final do seu triunfo perante o quinto cabeça de série, Dominic Thiem: se o que estava a viver se tratava de um sonho ou da realidade. O próprio explica entre risos: “Definitivamente tive um momento em que me belisquei no final do jogo. Pensei ‘sabes, talvez isto seja mesmo real. Se acordar agora vou ficar muito chateado'”.
Foi na conferência de imprensa que se seguiu ao encontro, já bem desperto, que o americano teceu várias considerações relativas à sua incrível e surpreendente prestação neste Australian Open. Começando pela análise referente à ultima partida, o jogador de 26 anos enalteceu a paciência como chave para sair vitorioso.
“A paciência foi um factor muito importante porque ele estava a fazer coisas muito boas, especialmente no serviço. Tive apenas uma mão cheia de oportunidades no seu serviço, por isso tinha de me manter concentrado, aguentar os meus jogos de serviço, fazer as coisas certas e depois aí sim, poderia ter oportunidade de concretizar essas oportunidades”, explicou.
Mais quais são verdadeiramente os seus pontos fortes? Sandgren esclarece: “Consigo aguentar bem o meu serviço, se fizer isso bem consigo competir com qualquer um. Depois, o meu movimento é bom, tal como o meu jogo defensivo. Mas mais importante para mim é manter-me calmo e não me deixar frustrar. Manter as minhas emoções sob controlo, isso é fulcral porque também posso ser uma pessoa muito emocional, e isso é algo que não pode acontecer no ténis, especialmente em jogos à melhor de 5 sets. Não se pode gastar a energia em emoções“.
É todo um conjunto de características que terá de aplicar de forma exímia já na próxima ronda, frente à outra sensação do torneio, Hyeon Chung. Curiosamente, os dois defrontaram-se há pouquíssimo tempo, no torneio de Auckland que antecedeu o Grand Slam, tendo a vitória sorrido ao sul-coreano [6-3, 5-7 e 6-3]. Para o jogador natural do Tennessee, isso pode representar uma vantagem já que tem uma melhor perceção dos aspetos a ter em conta no adversário.
“Foi uma disputa muito renhida. Senti que tive de elevar o meu jogo de forma a conseguir competir com ele e isso acabou por ajudar-me muito nesta semana. Percebi que se o fiz ali, também o conseguia fazer nestes jogos contra outros jogadores. E isso ajudou-me. A cada jogo sinto que estou a ficar mais confiante e seguro dos meus pontos fortes“, terminou.
Em declarações recentes à agência Reuters, Mats Wilander, comentador de ténis do Eurosport, deu conta que a modalidade precisa de mais “tipos como Sandgren”.