Corretja sobre a nova Davis: “Pode ser espetacular, mas perde-se um pouco da ideia da Taça Davis”

Gerard Pique Alex Corretja
Fotografia: Carlos Mira/Diario AS

De Espanha chega mais uma opinião sobre as alterações que a Federação Internacional de Ténis e Gerard Piqué têm planeadas para a Taça Davis — que é o mesmo que dizer, uma opinião de um compatriota do futebolista, um dos grandes responsáveis pelas transformações.

Trata-se nada mais, nada menos do que do ex-número 2 mundial Alex Corretja, que numa entrevista ao jornal AS diz que “(as mudanças) têm prós e contras. Os jogadores exigiam mudanças e com este sistema elas existem, descaradamente. Pode ser uma competição espetacular, isso não se pode negar, mas perde-se um pouco da ideia da Taça Davis.”

As mudanças propriamente ditas: a partir de 2019, a ITF e Piqué planeiam transformar o Grupo Mundial da competição (atualmente disputado no formato de eliminação a partir dos oitavos de final ao longo de quatro semanas distribuídas pelo calendário tenístico) num “Campeonato do Mundo” concentrado numa só semana.

Sobre isso, Corretja — que fez parte da equipa espanhola que ganhou a Taça Davis em 2000 e mais tarde veio a capitanear a sua “armada” — afirma que “o modelo que estão a planear é muito atrativo mas quem sabe se a magia da Taça Davis não se perderá. Isso dá-me pena. Repito que tem prós e contras, seguramente mais prós, sobretudo para os jogadores e a ITF, mas vai perder-se muita coisa.”

Alex Corretja vai, aliás, mais longe, afirmando mesmo que “não sei se o nome devia continuar a ser este ou se deveria chamar-se outra coisa, porque não se vai jogar em casa, com o público do teu lado, nem à melhor de cinco sets com um quinto parcial tão dramático. Vai perder-se tudo isso. Quem mais perde são os adeptos que iam muito entusiasmados às eliminatórias em casa, como ainda agora aconteceu com a Espanha em Marbella.”

O espanhol de 43 anos também acredita que as mudanças na Taça Davis “abrem mais possibilidades de se conquistar a competição a países com uma equipa menos boa. Hoje em dia é mais difícil. É verdade que a República Checa só tinha o Berdych, o Stepanek e pouco mais e nos ganhou, mas numa Taça Davis ao longo do ano com o formato atual as surpresas são mais difíceis. Agora, com todos os encontros na mesma semana e as eliminatórias à melhor de três sets, tudo é possível.”

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