Depois de mais um percalço, este por causa da covid-19, João Sousa e Frederico Marques têm finalmente luz verde para recomeçar a competir e a primeira paragem da dupla portuguesa na nova temporada será a cidade de Antália, onde o melhor tenista português de sempre regressará ao circuito Challenger pela primeira vez desde 2013.
Impedidos de viajar para a Austrália, Sousa e Marques viram no circuito secundário um “Plano B” que fará a ligação às semanas seguintes: “Depois do Australian Open já tínhamos previsto viajar para a América do Sul e jogar os ATP 250 de Córdoba, Buenos Aires e Santiago do Chile em terra batida antes do ATP 500 de Acapulco e do Masters 1000 de Miami [estes últimos já em piso rápido], portanto assim até vamos chegar lá com mais ritmo e, espero eu, volume de jogos“, contou o treinador de 34 anos ao Raquetc.
“Como sabem estivemos confinados e iniciámos esta preparação para a terra batida no sábado, que foi o dia em que nos confirmaram que não poderíamos viajar para competir na Austrália. Têm sido dias de adaptação, porque já não jogamos em terra batida há muitos meses e já não competimos desde a segunda semana de outubro, no torneio de Antuérpia. Já são alguns meses e estamos com imensa vontade de recomeçar, por isso encaramos esta semana no Challenger de Antália com um sorriso na cara. O que queremos é voltar à competição e conseguir jogar mais de dois encontros numa semana, que por vários motivos é algo que não acontece há muito tempo”, acrescentou Frederico Marques.
A preparação para o primeiro Grand Slam do ano já estava numa fase adiantada, pelo que de repente as circunstâncias alteraram-se significativamente para João Sousa: “Sabíamos que na Austrália as condições iam ser rápidas, por isso durante toda a pré-época trabalhámos padrões e ajustes técnicos e táticos próprios, quer no serviço, quer na resposta, nos inícios de jogada e até de altura da bola. Agora estamos um pouco contra o tempo porque tivemos de ficar alguns dias em casa e não tivemos muito tempo para preparar a terra batida, mas isso não é desculpa. O trabalho da pré-época foi assimilado e também pode ser utilizado em Antália. Isto não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona, e todo o trabalho que foi feito vai ser útil em várias situações.”
Se ganhar ritmo competitivo é o principal objetivo, Frederico Marques não foge à questão do título: “Um jogador como o João entra para ganhar jogos e títulos tanto a nível Challenger como ATP, em que já jogou várias finais. Enfrentamos todos os torneios com máxima ambição e este não é exceção. Vamos para vencer jogos, subir o nível, ganhar confiança e porque não lutar pelo título?” No entanto, alerta para a concorrência que vão ter pela frente: “Muitos dos jogadores que estão na maioria dos Challengers são jogadores que ganham jogos no circuito ATP e alguns deles já estiveram no top 100 e ganharam títulos. Sabemos perfeitamente que o mais normal é que quem ganha Challengers também ganha encontros em torneios ATP e passa rondas, por isso sabemos o nível que vamos encontrar.”
O Challenger de Antália, na Turquia, joga-se na semana de 1 de fevereiro e terá João Sousa (92.º ATP) como primeiro cabeça de série. Este será o primeiro evento do circuito secundário que o vimaranense joga desde setembro de 2013, quando conquistou o título em casa, na cidade de Guimarães.