160 dias depois de uma conferência de imprensa em que não resistiu às lágrimas,
157 dias depois de um encontro que chegou a ser considerado o último da carreira,
143 dias depois de uma cirurgia que poderia ter ditado o adeus aos courts,
Andy Murray regressou à competição. E não só regressou como venceu — em grande estilo.
7-6(5) e 6-3 foram os parciais do triunfo ao lado de Feliciano López e perante Juan Sebastian Cabal e Robert Farah, os primeiros cabeças de série e especialistas de pares, na primeira ronda do ATP 500 do Queen’s Club, em Londres.
He always was good at returns…
After nearly six months out, @andy_murray’s comeback begins with victory against the No.1 seeds at @QueensTennis 👏
🎥: @TennisTV
pic.twitter.com/s6oFNHEINf— Wimbledon (@Wimbledon) June 20, 2019
Numa rara ocasião em que um duelo de pares era o mais aguardado de toda a semana, o jogador da casa — por seis vezes vencedor do torneio… em singulares — voltou a pisar os courts e ao contrário das ocasiões anteriores fê-lo sem objetivos.
Mas depressa se tornou evidente que a parceria entre Murray e López podia não se ficar pela primeira ronda mesmo se do outro lado do court estavam os líderes da Race to London na variante, campeões de 14 torneios lado a lado (dois dos quais este ano) e finalistas de outros 17, entre os quais o Australian Open na última temporada.
Com o mesmo sorriso que tem caracterizado as semanas deste regresso aos courts, o ex-número um mundial de singulares não tardou a encontrar o ritmo e a sintonizar-se na perfeição com um parceiro inédito, o que para delírio dos quase 10.000 espetadores presentes nas bancadas do pitoresco court central resultou numa vitória merecedora de uma ovação de pé — ou standing ovation, porque é de Londres que estamos a falar.
Se o regresso em singulares ainda não passa de uma miragem — é o próprio quem afirma que ainda está longe da forma e preparação necessária —, este regresso nos pares confirmou o potencial milagroso da cirurgia, semelhante à que o duplista Bob Bryan (que tantos conselhos lhe tem dado…) já tinha realizado em 2018.
E agora, porque não sonhar com o título? Andy Murray e Feliciano López já estão nos quartos de final e têm como próximos adversários ou os britânicos Daniel Evans e Ken Skupski ou Félix Auger-Aliassime e Alex de Minaur. Esse encontro ainda não se realizou porque o canadiano teve de disputar duas partidas de singulares nesta quinta-feira, não sendo ainda certa a sua ida a jogo uma vez que o embate terá de ter lugar nesta mesma jornada.
Última atualização às 20h23.