Dayana Yastremska viveu dias de terror ao ter de abandonar a Ucrânia em plena guerra acompanhada pela irmã, de 15 anos, enquanto os pais ficaram para trás. Já em segurança e até com uma final WTA disputada pelo meio, a tenista ucraniana explicou que o plano de fuga incluía o pai e a mãe, mas o início dos ataques fez com que a família se separasse.
“Tínhamos planeado deixar a Ucrânia com os nossos pais no dia 24 [de fevereiro] à tarde, para irmos para Lyon. No dia 23 tínhamos as malas feitas, mas acordámos com o barulho de bombas e mísseis. Fui a correr à cozinha perguntar ao meu pai o que se estava a passar e ele disse-nos que a guerra tinha começado. Eu não conseguia acreditar, não sabia se estava a ter um pesadelo. E de repente tudo mudou, porque fecharam as fronteiras e deixámos de conseguir sair de carro”, explicou a número 104 mundial ao Tennis Channel já em Indian Wells, nos EUA.
Com o início da guerra, a família teve de separar-se: “Na tarde do dia 24 o meu pai decidiu que eu, a minha mãe e a minha irmã iríamos para a Roménia, mas à última hora decidimos que a minha mãe ia ficar com o meu pai. Foi um momento muito emotivo e numa altura como aquelas só pensas em quando conseguirás voltar a ver os teus pais. Foi muito duro vê-los do outro lado do rio sem saber o que vai acontecer”, acrescentou sobre o dia em que deixou Odessa com Lyon como destino.
Já em segurança, Yastremska reencontrou os bons resultados dentro do court, que passou a pisar vestindo as cores do seu país, mas fora dele os pensamentos apontam sempre na mesma direção: “Os meus pais continuam em Odessa e o que eles estão a viver é uma loucura, é aterrador. Têm de estar sempre abrigados num parque de estacioamento ou no metro, porque vivemos num prédio alto. Estou sempre a tentar entrar em contacto com eles, mas só consigo quando não estão no parque de estacionamento e têm internet.”
