Cinco anos separam as últimas duas vitórias de Andy Murray no Australian Open, o torneio do Grand Slam onde jogou mais finais (cinco), mas em que o título sempre lhe escapou.
Esta terça-feira, aos 34 anos, o ex-número um mundial (atual 113.º) derrotou Nikoloz Basilashvili pela segunda vez em duas semanas — desta vez com os parciais de 6-1, 3-6, 6-4, 6-7(5) e 6-4 — para quebrar o jejum mais longo da carreira.
É que este foi o primeiro triunfo de Murray no Australian Open desde 2017, a histórica edição em que era o primeiro cabeça de série, mas quem venceu foi Roger Federer (derrotou Rafael Nadal na final).
Desde aí, desistiu da edição de 2018 por causa da famosa lesão à anca (poucos dias depois desse anúncio comunicou a primeira intervenção cirurgica), desfez-se em lágrimas na conferência de antevisão de 2019 em que deu a entender que o fim da carreira ia acontecer nesse ano (no entanto, apenas queria dizer que esse era um cenário possível tendo em conta as dores a que estava sujeito), falhou o torneio de 2020 devido a uma lesão pélvica e o de 2021 por ter testado positivo à covid-19.
Foram cinco anos longos e atribulados, em que foram mais as dúvidas do que os encontros realizados, até que Andy Murray pôde voltar a celebrar uma vitória no Australian Open, apenas três dias depois de ter disputado a primeira final em torneios ATP desde outubro de 2019 (perdeu para Aslan Karatsev em Sydney) — tudo isto com uma anca de metal.
Sem objetivos concretos para este torneio do Grand Slam, mas com o objetivo assumido de “fazer uma boa campanha” (ultrapassou o 21.º cabeça de série e segue-se o qualifier Taro Daniel antes de um possível encontro com Jannik Sinner, carrasco de João Sousa), Murray já conseguiu o que mais queria, voltar a ser feliz num court de ténis.
Falta o resto: um último regresso constante ao mais alto nível que, entre outras metas, o ajude a alcançar os 50 títulos de carreira (tem 46) e as 700 vitórias ao mais alto nivel (esta foi a 696.ª). E já deu os primeiros passos.