Dois anos depois, o mesmo cenário: Diogo Rocha e António Luque derrotaram Vasco Pascoal e Miguel Oliveira (por 7-6, 3-6 e 6-0) na final do Campeonato Nacional de Padel, mas os troféus de campeões nacionais foram entregues ao único par 100% português entre os finalistas.
À semelhança do que aconteceu no Lisboa Racket Centre, em 2019, também no Star Padel de Coimbra a final começou com o título já atribuído devido à nacionalidade espanhola de Antonio Luque, visto que apesar de o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ) permitir, desde esse ano, a participação de cidadãos europeus residentes em Portugal nos campeonatos nacionais, a Federação Portuguesa de Padel reagiu e determinou que o título de campeão nacional seja atribuído “ao par 100% português melhor classificado”.
As burocracias em torno da decisão resultaram numa situação caricata para todos os intervenientes da final, como reconheceram nas entrevistas rápidas que se seguiram ao duelo de três sets. “É uma situação um bocadinho esquisita para todos nós, jogadores, porque envolve um jogador que não é de nacionalidade portuguesa poder participar no Campeonato Nacional mas não poder ser considerado campeão nacional. Acaba por ser bastante esquisito para todos e se somos ou não campeões nacionais é uma questão para a Federação Portuguesa de Padel determinar, mas o que sabemos é que somos a dupla 100% portuguesa que chegou mais longe na prova e acho que é preciso dar mérito a isso, porque isto é o campeonato nacional e o objetivo é que [os vencedores] sejam uma dupla 100% portuguesa”, teceu Miguel Oliveira com Vasco Pascoal a concordar “com todas as palavras” do parceiro.
Diogo Rocha, que um ano depois de reconquistar o estatuto de campeão nacional ao lado de Vasco Pascoal voltou a ganhar a prova sem receber o reconhecimento, alertou que “se vamos ou não ser consagrados campeões nacionais é um processo que se vai decidir tal como está para ser o de 2019, mas isso não é o mais importante para nós. O que é mais importante é que no maior torneio do ano estamos aqui e mais do que ser é ganhar. Tenho muita sorte de jogar ao lado do melhor jogador que está em Portugal”, enquanto Antonio Luque destacou “a amizade” e “o grande respeito” entre ambos e as dificuldades para as quais estavam preparados em relação ao reencontro com a dupla formada por Vasco Pascoal e Miguel Oliveira.
Uma conquista que se repete
Com a vitória no Star Padel de Coimbra, Vasco Pascoal e Miguel Oliveira celebraram pela quarta vez lado a lado a conquista de um Campeonato Nacional de Padel: a primeira foi em 2013, no torneio organizado pela Federação Portuguesa de Ténis, e as seguintes já sob a égide da Federação Portuguesa de Padel, em 2018, 2019 e 2021.
A conquista deste domingo também reforçou o estatuto de Vasco Pascoal como maior vencedor masculino de campeonatos nacionais da modalidade em Portugal, chegando aos oito títulos: sete em provas organizadas pela FPP e um no torneio que durante seis anos foi organizado pela FPT.
Quanto a Miguel Oliveira, conquistou o seu quinto título de campeão nacional (três pela FPP e um pela FPT).
Historial de campeões nacionais de padel:
- 2021: Vasco Pascoal e Miguel Oliveira**
- 2020: Vasco Pascoal e Diogo Rocha
- 2019: Vasco Pascoal e Miguel Oliveira**
- 2018: Vasco Pascoal e Miguel Oliveira
- 2017: Vasco Pascoal e João Bastos
- 2016: Diogo Rocha e Miguel Oliveira / Pedro Alves e Pedro Franchi Mendes*
- 2015: Diogo Rocha e Vasco Pascoal / Gonçalo Nicau e João Roque*
- 2014: Diogo Rocha e Vasco Pascoal / Gonçalo Nicau e João Roque*
- 2013: Diogo Rocha e Vasco Pascoal / Vasco Pascoal e Miguel Oliveira*
- 2012: João Roque e Diogo Rocha*
- 2011: João Roque e Pedro Plantier*
*Campeonato Nacional organizado pela Federação Portuguesa de Ténis
**Derrotados na final por Diogo Rocha e Antonio Luque, que apesar de poder participar na prova não pode ser consagrado campeão nacional por ter nacionalidade espanhola
Última atualização às 23h10.