Nuno Borges depois de derrotar Dzumhur: “Foi uma das melhores vitórias da minha carreira”

Beatriz Ruivo/Lisboa Belém Open

LISBOA — Onze meses depois, Nuno Borges regressou com tudo ao ATP Challenger Tour e derrotou o ex-top 30 e atual número 113 Damir Dzumhur para chegar à segunda ronda do Lisboa Belém Open, um triunfo arrancado a ferros numa primeira partida extremamente exigente e equilibrada e que o tenista português de 23 anos classificou como “um dos melhores da carreira”.

“Provavelmente está no meu top 5. Já ganhei muitos jogos contra um atleta que teoricamente era melhor do que eu, mas este foi sem dúvida um dos melhores, principalmente nesta última fase da minha carreira. Quanto mais alto [o nível], mais importa. Derrotar o João Sousa na altura [no primeiro torneio pós-confinamento] também foi marcante, no Challenger da Maia a regressar de uma lesão também e esta aqui sem dúvida que está no meu top 5”, respondeu Borges quando questionado sobre a importância da vitória assinada no court central do CIF esta terça-feira.

Sobre o encontro com o bósnio, Borges destacou a importância do primeiro parcial, em que salvou cinco set points consecutivos no tie-break (desde o 6-1) e depois mais um: “Foi extremamente duro e foi ela por ela desde o início. Ele esteve por cima e eu tive oportunidades que não aproveitei, depois acabei por levar o break e houve muitos altos e baixos, mas sem dúvida que quando saí por cima do tie-break senti que era a minha oportunidade de entrar no segundo set com o pé a fundo e marcar logo a diferença para o fazer desacreditar.”

“A perder por 6-1 [no tie-break] qualquer um pensa que o set já foi, mas estive muito bem. Não costumo pensar de forma tão clara no que fazer nem conseguir manter a mente tranquila. Sabia o que tinha de fazer e penso que ele também sentiu a pressão de fechar o set, enquanto eu joguei cada ponto como qualquer outro e acabei por conseguir sacá-los um a um e jogar o meu melhor ténis nos momentos decisivos”, acrescentou o número 500 do ranking a propósito do momento-chave do duelo.

Há dois dias, Nuno Borges jogou a final do ITF de 15 mil dólares de Setúbal em piso rápido, uma prestação que o deixou com pouquíssimo tempo para preparar o primeiro regresso à terra batida desde novembro de 2019, uma condição que o fez sentir “um bocadinho como um peixe fora de água, ainda a patinar um bocadinho, mas que não foi o maior dos desafios”.

E agora… É continuar o percurso natural: “Quantos mais torneios destes eu jogar e mais vitórias conseguir, mais vou sentir que pertenço a este tipo de torneios e que posso competir aqui com mais frequência. Faz parte do processo. Primeiro tenho de passar pela fase dos Futures para chegar ao ranking de que preciso para estar aqui, e acho que quando estiver constantemente a jogar vou sentir que é aos Challengers que pertenço e também ir mais longe, porque não me quero ficar por aqui”, concluiu Nuno Borges.

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