PORTO — Primeiro em Sintra, agora no Porto. Gastão Elias qualificou-se, este sábado, para a segunda final em três torneios disputados desde o regresso ao circuito internacional, números que deixam o jogador natural da Lourinhã muito satisfeito com as primeiras semanas de competição e otimista em relação ao futuro.
“É ótimo, o que é que eu posso dizer? Estou muito contente. Depois de tudo aquilo que passei e da quarentena, de tanto tempo para recuperar da lesão o melhor possível, se me dissessem que ia fazer duas finais nos três primeiros torneios provavelmente não acreditava. É melhor do que eu esperava”, confessou ao Raquetc logo depois de rubricar a segunda vitória deste sábado no Porto Open.
“Sinceramente achei que [depois da quarentena] ia estar bem a nível físico, mas estava preparado para que, no caso de jogar muitos jogos, me voltasse a aparecer uma ou outra dor. E foi isso que aconteceu nos torneios aqui em Portugal, em que basicamente não consegui jogar nenhum até ao fim. Apesar de não ter tido resultados, esses torneios foram extremamente importantes para o meu corpo voltar a acordar e sentir o que é competição, e considerando tudo isto considero que está a ser um recomeço de carreira muito positivo”, acrescentou o ex-número 57 do ranking mundial, atual 507.º.
Depois do primeiro encontro do dia, Elias já tinha destacado a importância de ter conseguido superar a véspera sem mazelas de maior e depois do segundo duelo voltou a salientar a resposta positiva do corpo: “Sabia que a probabilidade de jogar melhor este do que o primeiro encontro era grande, porque ontem estive o dia todo parado, à espera de saber se entrava ou não e acabei por não estar tempo nenhum no court, nem para treinar. Teria sido melhor ter uma hora, uma hora e meia de treino para o corpo reagir, mas como choveu não deu. Por isso o primeiro encontro de hoje serviu para voltar a ativar o corpo, de certa forma para voltar a entrar no modo torneio e felizmente consegui poupar-me relativamente bem para o segundo, em que me senti muito mais ativo e mais leve.”
Na final de domingo, que pode significar o primeiro título em mais de três anos, Gastão Elias enfrentará ou Nuno Borges (que o derrotou em Sintra, há duas semanas), ou Stefan Kozlov, que disputavam os jogos decisivos do segundo set quando a chuva adiou, de vez, a conclusão dessa meia-final para a manhã de domingo.
“Lá estarei, seja contra quem for. Conseguir uma desforra é sempre bom, não só de há duas semanas como dos encontros que perdi com ele nos últimos meses, nos torneios nacionais. O Nuno está a jogar muito bem, tem dezenas de jogos ganhos nos últimos 20 meses. O Kozlov, se joguei contra ele foi há muito tempo e não me lembro, mas é um jogador que deixa jogar mais. Joga uma velocidade abaixo do Nuno, por isso serão dois encontros totalmente distintos. Com o Kozlov serei eu a ditar mais o encontro, com o Nuno já será uma mistura dos dois, entre ataque, defesa e contra-ataque. Ele é o clássico jogador de piso rápido que contra-ataca muito bem e isso dificulta sempre as coisas”, concluiu.