Do outro lado do Atlântico, Federer e Nadal deixam mensagem a Djokovic e companhia: “É altura de nos mantermos unidos”

Roger Federer e Rafael Nadal não são a favor do grito de revolta dado por Novak Djokovic e Vasek Pospisil na última madrugada e deixaram-no claro este sábado. Do outro lado do Atlântico (nem um, nem outro vão participar no US Open), o suíço e o espanhol reagiram à notícia da criação de uma nova associação de jogadores com uma mensagem clara: o ténis, como todo o mundo, atravessa tempos conturbados e esta não é a altura para se separarem esforços.

“O mundo está a viver uma situação difícil. Acredito que é tempo de termos calma e trabalharmos juntos na mesma direção. Está na hora de nos unirmos, não de nos separarmos. É em momentos como este que grandes coisas podem ser alcançadas, desde que o mundo do ténis esteja unido. Todos nós, jogadores, torneios e órgãos dirigentes, temos de trabalhar juntos. A separação definitivamente não é a solução”, começou por escrever Rafael Nadal nas redes sociais.

Logo depois, e em sintonia, Roger Federer reagiu: “Concordo contigo, Rafa. Vivemos tempos incertos e desafiadores e acredito que é fundamental continuarmos unidos como jogadores, e como desporto, para definirmos o melhor caminho a seguir.”

Pouco depois, o suíço e o espanhol, em conjunto com Kevin Anderson, Jurgen Melzer, Sam Querrey e Bruno Soares (os membros que “sobram” no Conselho de Jogadores da ATP após as demissões de Djokovic e Pospisil) enviaram um extenso e-mail aos colegas de circuito a explicar que não concordam com a criação da nova Associação dos Jogadores de Ténis Profissionais (PTPA).

“Acreditamos que esta é a altura errada para perseguir esta ação, uma vez que prejudica a possibilidade da nova administração [a ATP elegeu um novo CEO no início do ano] alcançar a visão que tem para o nosso desporto”, lê-se no texto enviado aos jogadores do circuito masculino.

Ao mesmo tempo que deixam claro que “uma nova associação dos jogadores não pode coexistir com a ATP”, Federer, Nadal e companhia reconhecem que “há muitas coisas que podem ser melhoradas, mas os responsáveis estão cientes disto e a trabalhar para o fazer. Lembrem-se que a nova equipa só começou a trabalhar este ano e que com a pandemia enfrentou muitos desafios inesperados. No início deste ano, todos os 10 membros do Conselho de Jogadores concordaram em apoiar a nova administração e as suas ambições para o desporto e o circuito. Acreditamos que temos de dar continuidade a isto.”

No e-mail enviado aos jogadores, os elementos do Conselho de Jogadores da ATP explicaram que “não estamos contra uma revisão da estrutura e governação do ténis, mas foi isso mesmo que a nova administração da ATP propôs no início do ano — e todos concordámos num prazo. Estamos a trabalhar para ter uma comunicação melhor e ter mais jogadores representados. Não estamos contra os jogadores. Não estamos contra uma abordagem parecida a uma união de jogadores. Mas estamos contra esta proposta porque há muito pouca informação e põe as vidas no circuito em risco.”

E entre as várias perguntas apresentadas houve uma que se destacou: “Se o vosso objetivo é representar os interesses de todos os jogadores, porque é que houve tantos jogadores que não foram contactados? Porque é que o Conselho dos Jogadores não foi consultado?”

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