Guerra aberta: Djokovic e Pospisil unem-se para criar associação de jogadores paralela à ATP

A pouco mais de 48 horas do arranque da edição mais peculiar de um torneio do Grand Slam de que há memória está instaurado o caos no circuito masculino: insatisfeito com a forma como os responsáveis pela Associação de Profissionais do Ténis (ATP) tem lidado com a pandemia, um grupo de jogadores, liderado por Novak Djokovic e Vasek Pospisil, prepara-se para criar uma nova associação de jogadores.

De acordo com o The New York Times, os dois jogadores apresentaram a demissão do Conselho de Jogadores da ATP (que até esta sexta-feira era presidido pelo sérvio) na sequência da mensagem que foi enviada pelo CEO da ATP, Andrea Gaudenzi — insatisfeito com a tomada de posição, o italiano lembrou aos tenistas que “têm o que muitos atletas de outros desportos ambicionam — um lugar na mesa de decisões”, mas deixou claro que aqueles que estão insatisfeitos “devem demitir-se do conselho de jogadores”.

Faltam detalhes às ambições do novo grupo, mas certo é que a Associação dos Jogadores de Ténis Profissionais (PTPA) só incluirá tenistas masculinos — deixando de fora uma união com as protagonistas do circuito feminino, que até tinha sido defendida por Vasek Pospisil num passado recente.

No entanto, as discussões — que ganharam novo ênfase quando Roger Federer e Rafael Nadal também se manifestaram a favor de uma união entre as duas associações — deixaram insatisfeitos vários jogadores do circuito masculino, em grande parte devido à possibilidade dos prémios monetários serem nivelados.

“O objetivo da PTPA não é substituir a ATP, mas dar aos jogadores uma estrutura independente da ATP e que responda diretamente às preocupações e necessidades dos jogadores”, explicaram os tenistas num documento que procurou recolher assinaturas entre os colegas de profissão. “Vamos ter muito trabalho pela frente para aperfeiçoar a associação, mas este é o primeiro e o mais importante passo que temos a dar.”

Roger Federer e Rafael Nadal, que regressaram ao Conselho de Jogadores no início do ano para apaziguar a situação, não estão em Nova Iorque e não terão sido consultados.

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