A edição de 2020 do Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto joga-se entre 12 e 19 de julho no Complexo Desportivo do Monte Aventino, no Porto, e distribui 20.000 euros em prémios monetários. No quadro masculino estão inscritos, pela primeira vez neste século, dois jogadores do top 200 do “ranking” mundial masculino, enquanto no feminino a grande favorita volta a ser a atual tricampeã, Francisca Jorge. Há ainda a destacar o regresso da antiga hexacampeã, Maria João Koehler.
Número 110 da hierarquia ATP, Pedro Sousa vai voltar à prova rainha do calendário FPT pela primeira vez desde 2008, um ano depois de se ter sagrado vice-campeão. O lisboeta de 32 anos será o primeiro cabeça de série e terá, na cidade do Porto, uma nova oportunidade para conquistar pela primeira vez o título.
O estatuto de segundo cabeça de série estará a cargo de Frederico Silva (193.º ATP), tenista das Caldas da Rainha que em novembro de 2019 se tornou no 13.º jogador português a inscrever o nome nos 200 primeiros da classificação mundial. Na última semana, Frederico Silva derrotou João Sousa para se sagrar campeão da segunda etapa do Circuito Sénior FPT, no Lisboa Racket Centre, e ao longo dos próximos dias volta a ser um dos grandes favoritos no Tennis Club da Figueira da Foz.
O terceiro lugar da lista de pré-designados ficará a cargo de Gastão Elias, que depois de ter regressado ao circuito nacional pela primeira vez desde 2005 jogará pela segunda vez na carreira o Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto — primeira em singulares. Atualmente no 532.º posto do “ranking” ATP, o jogador da Lourinhã já ocupou a 57.ª posição, sendo, aliás, o segundo tenista português a chegar mais longe nas classificações mundiais.
A lista de cabeças de série fica concluída com outros cinco jogadores com classificação mundial: Tiago Cação (547.º), Nuno Borges (599.º), Luís Faria (817.º), Daniel Rodrigues (910.º) e João Monteiro (937.º), vencedor do Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto nas duas últimas participações (2016 e 2018).
José Ricardo Nunes (1.º classificado do “ranking” FPT), Paulo Fernandes (2.º), Tiago Torres (3.º) e Manuel Gonçalves (4.º e atual campeão nacional de juniores) foram os últimos jogadores a entrar diretamente no quadro, que ficará completo com 4 “wild cards” e 8 jogadores da fase de qualificação.
Para além de se tratar de um regresso de vários dos melhores tenistas portugueses da atualidade — e da história — ao Campeonato Nacional Absoluto, a edição de 2020 da prova também será a primeira entre as últimas 25 a contar com a presença de dois jogadores do top 200 ATP: aconteceu em 1990, 1991, 1993 e 1994, anos em que Nuno Marques e João Cunha e Silva coincidiram no torneio com esse estatuto.
No quadro feminino, a número 1 nacional Francisca Jorge (579.ª da tabela WTA) vai tentar defender o título conquistado nas últimas três edições. A jogadora de Guimarães é “seguida” por Inês Murta (645.ª WTA e vice-campeã nacional em 2014 e 2015), Maria Inês Fonte (912.ª WTA, que foi finalista em 2018) e Ana Filipa Santos (1141.ª WTA e número 1 nacional), que completam a lista de quatro cabeças de série, mas também Sara Neto (2.ª), Madalena Amil (3.ª), Matilde Jorge (5.ª e finalista no último ano), Carolina Likhatcheva (6.ª), Bárbara Balancho (7.ª) e Patrícia Couto (8.ª), que ficaram com as restantes vagas. Por conhecer ficam os nomes das quatro tenistas provenientes da fase de qualificação e as duas que serão galardoadas com “wild cards”.
É nesse capítulo que surge o nome de Maria João Koehler. Campeã nacional absoluta em 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2016, a portuense colocou um ponto final na carreira de tenista profissional em 2018, tendo entretanto abraçado o papel de treinadora na Rafa Nadal Academy, em Maiorca, mas decidiu retomar os treinos para voltar a desfrutar da competição por uma semana. Como já não tem classificação, aguarda a atribuição de um “wild card” para jogar o torneio, que conta com um total de 46 inscrições entre o quadro principal e o de qualificação.
“O que me fez pensar em jogar foi o facto de estar no Porto. Achei que podia ser giro voltar a competir, ainda que com objetivos muito diferentes dos que tinha quando era jogadora. Em agosto vai fazer dois anos que parei de jogar e fiz uma preparação de um mês, por isso não tenho outro objetivo que não tentar desfrutar deste desporto de que tanto gosto”, explicou a ex-número 102 do “ranking” mundial.
“Não será um regresso à vida de jogadora. Sou treinadora e gosto muito do que faço. Aliás, na semana a seguir ao Campeonato Nacional Absoluto já vou estar a trabalhar na academia”, explicou Koehler, que disputou o seu último torneio precisamente na cidade do Porto, em julho de 2018.
Vasco Costa, presidente da Federação Portuguesa de Ténis, salientou a importância destas quatro semanas competitivas no atual panorama desportivo: “Na sequência de três semanas do novo Circuito Sénior FPT com a presença de vários dos melhores tenistas nacionais, é com grande satisfação que verificamos que também neste Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto vamos contar com as participações de muitos dos melhores jogadores portugueses. O Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto é mais uma oportunidade que os jogadores têm de recuperarem o ritmo competitivo e prepararem a retoma das competições internacionais, que desde o início tem sido o grande objetivo da Federação Portuguesa de Ténis.”