A Federação Francesa de Ténis (FFT) surpreendeu tudo e todos ao anunciar o adiamento do torneio de Roland Garros para o mês de setembro, em pleno período competitivo do (ainda) esperado calendário do circuito masculino.
Pela importância que tem, Roland Garros consegue ter autonomia para tomar as suas decisões sem pensar nos outros e foi isso que fez, como aliás explicou poucos minutos depois Bernard Giudicelli, Presidente da FFT, numa conference call com alguns jornalistas franceses: “Para nós, o que é importante é a continuidade do torneio. Nunca aceitaríamos que se riscasse a terra batida do calendário internacional e achamos sinceramente que organizar o torneio em setembro pode resultar num belo evento.”
Com consequências inimagináveis nos calendários dos circuitos internacionais — quer a ATP quer a WTA foram apanhadas de surpresa e devem reagir de forma conjunta para anunciar alterações ou pelo menos decisões em relação ao que restar da temporada — certo é que, se a pandemia de Covid-19 já estiver ultrapassada, a edição de 2020 de Roland Garros acontecerá de 20 de setembro a 4 de outubro, uma semana depois do US Open terminar (a 13 de setembro).
E quem soube da decisão antes dela ser pública? Muito poucos. Como o próprio Giudicelli admitiu, “a ATP e a WTA tomaram conhecimento um pouco antes” e houve outra chamada a ser feita pelos responsáveis franceses: Guy Forget, o diretor do torneio, não se esqueceu de telefonar a Rafael Nadal, que de acordo com os gauleses terá “ficado satisfeito” com a preservação de pelo menos uma grande etapa de terra batida.
Agora, como em relação a todas as outras realidades, resta esperar. Ficar em casa, porque a união faz a força, e aguardar que a pandemia seja superada e a vida volte ao normal — porque vai voltar.