O “velhinho” Nicolas Mahut batizou o novinho Court Simonne-Mathieu

PARIS, FRANÇA — Passava pouco das 11 horas da manhã quando elementos da organização começaram a distribuir, nas imediações do Court Simonne-Mathieu, sacos de pano personalizados que assinalavam a abertura do novo court. Tal como esse, também o ritual da inauguração oficial — desenrolado horas depois — estava previsto, mas o que ainda não se sabia era que o novo terceiro maior estádio do Stade Roland-Garros também seria batizado nesta jornada inaugural.

Elogiado pelos quatro cantos do mundo — o nosso inclusive — ainda antes de abrir portas, o novo recinto fazia antever ambientes frenéticos nos encontros mais aguardados e não foi preciso esperar-se muitas horas até que isso acontecesse.

Nicolas Mahut, que com os seus 37 anos já não transmite certezas em relação ao futuro, protagonizou uma reviravolta memorável para afastar Marco Cecchinato, que há um ano tinha surpreendido ao chegar às meias-finais, depois de ter estado a perder por dois sets: 2-6, 6-7(6), 6-4, 6-2 e 6-4 foram os parciais que levaram à loucura os cerca de 5.000 espetadores que pela primeira vez esgotaram o novo oásis de Roland Garros.

Nicolas Mahut celebrou a vitória com cerca de 5.000 compatriotas | Fotografia: Gaspar Ribeiro Lança/Raquetc

Quando o italiano fechou a segunda partida no tie-break o encontro parecia acabado. Sem vitórias em quadros principais de singulares de torneios ATP este ano e “atirado” para o 253.º lugar do ranking, Nicolas Mahut já não tem o ténis de outros tempos e muito menos o físico, mas duelos como o deste domingo ganham-se com a cabeça e aí o gaulês foi exímio.

Num verdadeiro ambiente de Taça Davis, o tenista da casa aproveitou o apoio que lhe chegou das quatro bancadas, cada uma dividida em dois níveis, e protagonizou a primeira recuperação inesquecível do novo recinto, que presta homenagem a uma das melhores jogadoras da história do país.

Foi o batismo perfeito de um court que custou muitas batalhas e que ao primeiro dia já tem razões para celebrar — tal como o filho de Nicolas Mahut, que uma vez mais correu de alegria pelo campo dentro até cair nos braços do pai, novamente dotado de uma capa de herói.

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