Carlos Taberner e o episódio da semana: “Ou não jogava ou servia por baixo e como tive sorte continuei”

BRAGACarlos Taberner foi uma das figuras da semana no Braga Open, ao chegar à terceira ronda do quadro principal de singulares com um serviço de recurso que correu o mundo. Após a derrota, o espanhol falou com o Raquetc sobre o episódio, desde as dificuldades que sentiu e ultrapassou ao que aí vem.

“Já não jogava há um mês e uma semana e na segunda ronda desse torneio [o Challenger de Alicante] senti dores no abdominal mas continuei a jogar porque pensei que não era nada de grave… Até que quando perdi nas meias-finais os médicos me disseram que tinha uma rutura”, começou por explicar o atual número 282 do mundo, que chegou a ser 175.º em 2018.

“Por causa disso estive um mês e uma semana a recuperar, sem conseguir servir. Só o comecei a fazer há uma semana e meia e logo a sentir-me muito melhor, sem qualquer problema, mas aqui em Braga, na primeira vez em que o fiz novamente numa situação de jogo, não sei se pelos nervos ou não acabei muito sobrecarregado”, continuo Taberner.

Primeiro, o jovem espanhol — que em 2018 chegou ao quadro principal do torneio de Roland Garros e ainda tirou um set a Stefanos Tsitsipas — ponderou desistir do torneio, mas “falei com o meu treinador e concluímos que as opções eram não jogar ou tentar servir por baixo, o que é muito difícil.”

“Foi muito estranho porque 40 minutos antes do meu encontro da segunda ronda estava mesmo a planear não jogar, mas disse ao meu treinador que queria tentar ver se tinha sorte, podia ser que o adversário ficasse nervoso e foi isso mesmo que aconteceu. Tive a sorte de ganhar e pensei que se o consegui fazer assim então tinha de continuar o torneio”. E assim foi. Na sexta-feira, voltou a jogo para procurar um lugar nos quartos de final, mas a exaustão — e a mudança abrupta de condições com o encontro a ser transferido para os courts cobertos — falou mais alto.

Carlos Taberner perdeu por 6-3 e 6-0 para Zdenek Kolar e colocou um ponto final numa semana que dificilmente vai deixar escapar da memória e que acabou por correr o mundo — no tal encontro da segunda ronda, que venceu, conseguiu mesmo executar um ás com um serviço por baixo que depressa começou a correr o mundo do ténis.

Porque esta foi “uma solução a muito curto prazo”, o jogador do país vizinho não quer arriscar o físico e lamenta que esse seja o grande entrave que enfrenta na luta pelo regresso aos bons resultados. “No ano passado estava a jogar muito bem e entre julho e o final da época só joguei dois torneios, por isso baixei bastante no ranking. Agora quero tentar recuperá-lo mas apareceram-me estes problemas físicos…. Estou a ver médicos, fisioterapeutas, a mudar ligeiramente a técnica no serviço para não existir tanta sobrecarga. Gostava de fazer uma boa época e terminar num lugar próximo dos que dão entrada direta nos torneios do Grand Slam”.

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