VP da Federação Alemã acusa ITF de priorizar apostas em detrimento de pontos ATP

O vice-presidente de alta performance da Federação de Ténis Alemã, Dirk Hordoff, teceu esta segunda-feira duras críticas à forma como a Federação Internacional de Ténis (ITF) procedeu a alterações significativas ao “primeiro nível” do circuito profissional — alterações essas que têm dado muito que falar desde que a nova época começou.

No Facebook, o dirigente e ex-treinador alemão começou por acusar a ITF de dar prioridade ao dinheiro feito nas casas de apostas em detrimento da atribuição de pontos para os rankings mundiais ATP e WTA (desde o dia 31 de dezembro de 2018 que os torneios ITF de 15.000 dólares deixaram de ser pontuáveis para os rankings, situação comum ainda às provas de 25.000 dólares no caso do circuito masculino).

“A ATP nunca teve a intenção de deixar de atribuir pontos ATP aos torneios de transição, ex-torneios Future. A única condição imposta para que se continuassem a atribuir pontos era que a ITF não vendesse os dados dos encontros às empresas de apostas, como já tinha sido sugerido por um Painel Independente criado pelos sete órgãos governamentais do ténis [a ATP, a WTA, a ITF e as organizações dos quatro torneios do Grand Slam]. Mas a ITF decidiu vender os dados e não ter pontos nesses torneios“, escreveu.

Noutras mensagens entretanto publicadas naquela rede social, Dirk Hordoff informou ainda que “a maioria dos países europeus opôs-se a esta iniciativa, mas a ITF decidiu [implementar as mudanças] sem a levar a votos na Assembleia Geral” que aconteceu em Orlando no verão de 2018 e onde, por exemplo, foi aprovada a também muito contestada reforma da Taça Davis.

De acordo com Hordoff, “a Federação de Ténis Alemã não é a favor do novo ITF World Tennis Tour” e vai “lutar para que se consiga alterar esta reforma ao circuito”. O ex-treinador de jogadores como Janko Tipsarevic e Guido Pella afirmou também que “a maioria das Federações de que tenho conhecimento não são a favor destas mudanças mas não se organizaram para as alterarem.”

O dirigente germânico tem recomendado por diversas ocasiões que os jogadores abordem as respetivas federações com o objetivo de as questionarem acerca da sua posição relativamente às alterações feitas pela Federação Internacional de Ténis.

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