47 torneios, 16 triunfos portugueses e um futuro risonho mas meio incerto

Chegou este domingo ao fim um ano recheado de ténis internacional em solo português. No total, foram 47 os torneios profissionais organizados de Norte a Sul do país — e de todas as categorias. Desses, 16 foram ganhos por jogadores da casa. O próximo ano promete novidades mas também será marcado por experiências e desafios.

No circuito masculino foram 22 os torneios Future co-organizados pela Federação Portuguesa de Ténis e respetivos clubes/organizações ao longo da temporada de 2018. E como manda a tradição a temporada começou a Sul, com a série de quatro torneios em terras algarvias.

A esses, acrescentam-se ainda três provas do circuito ATP: o Millennium Estoril Open, que cumpriu a sua quarta edição, e os Challengers de Lisboa (foi o segundo ano em que o Lisboa Belém Open aconteceu) e Braga (com o Braga Open a estrear-se no calendário).

No lado feminino, cumpriu-se um número recorde de provas internacionais em solo luso: foram 22 os torneios ITF a acontecerem em Portugal ao longo de 2018.

O balanço, esse, é claramente positivo: 13 dos 25 torneios masculinos foram ganhos por tenistas portugueses [ver lista mais abaixo]. João Sousa sagrou-se campeão do Millennium Estoril OpenPedro Sousa conquistou o Braga OpenFrederico Silva venceu o Future de 25.000 dólares de Cascais e os de 15.000 em Vale do Lobo, Loulé e Sintra, João Monteiro ergueu os troféus de campeão em Idanha-a-Nova, São Brás de Alportel (ambos de 15.000) e Tavira (25.000), Fred Gil em Sintra, Setúbal e Idanha-a-Nova (todos de 15.000) e Nuno Borges o torneio de 15.000 dólares das Caldas da Rainha.

Já no circuito internacional feminino, Maria João Koehler sagrou-se campeã no ITF de 15.000 dólares de Guimarães e Francisca Jorge fechou a série de torneios internacionais com dois títulos nos dois torneios de 15.000 dólares que aconteceram em Lousada.

Um futuro risonho com algumas incertezas (forçadas)

Para 2019, várias certezas mas, também, espaços vazios. Porque se por um lado os últimos anos permitiram o surgimento de mais tenistas — sobretudo no lado masculino –, as alterações que a Federação Internacional de Ténis (ITF) e, consequentemente, a ATP e a WTA vão implementar já a partir do próximo ano terão influência no desenrolar dos circuitos.

Em suma, os torneios ficarão mais pequenos — desde as fases de qualificação aos quadros principais — e serão entregues menos pontos para os rankings ATP e WTA. Paralelamente passará a haver uma outra classificação, inserida no transition tour, do qual farão parte várias das provas organizadas em Portugal.

Em declarações ao RaquetcVasco Costa, Presidente da Federação Portuguesa de Ténis, reconheceu que “nalgumas regiões pode ser mais difícil ter o apoio das autarquias locais porque com as alterações acabarão por vir menos pessoas a essas regiões” mas mostrou-se “convicto de que iremos manter pelo menos 35 torneios”.

Desses, pelo menos dois serão Challengers (existindo o desejo de aumentar o número para quatro, idealmente com mais uma prova a Norte do país e outra a Sul, na região do Algave), uns serão promovidos a eventos de 25.000 dólares (que ainda que com restrições continuarão a oferecer pontos ATP e WTA) e outros continuarão como 15.000. Até porque, como o próprio explicou, o ténis português divide-se em patamares diferentes.

“O ténis masculino está mais evoluído, enquanto no feminino as grandes promessas ainda têm idades juniores o que significa inclusive certas limitações no número de torneios que jogam, pelo que nos femininos iremos apostar mais em torneios de 15.000 dólares para que as jogadoras comecem rapidamente a ganhar pontos”, acrescentou.

Rui Machado — o coordenador técnico nacional que recentemente foi nomeado capitão da seleção portuguesa na Taça Davis — partilha a linha de pensamento. “A nossa ideia é que continue a ser um calendário misto, visto que os torneios de 25.000 dólares ainda vão dar alguns pontos ATP no próximo ano, para permitir que exista o início de uma carreira profissional. Queremos espalhar os torneios pelo ano para que não exista uma grande paragem e não se perca a dinâmica competitiva.”

O impacto das alterações no desenvolvimento dos jogadores é difícil de calcular mas Rui Machado mostra-se confiante na evolução do ténis português. “Se conseguirmos manter bastantes torneios em Portugal vamos certamente conseguir ter um grande impacto no início das carreiras dos jogadores. É essa a nossa ambição, fazer com que eles saibam que têm a oportunidade de começar a carreira de forma muito menos dispendiosa.”

“Esta foi uma maneira que a Federação Portuguesa de Ténis arranjou para apoiar indiretamente os jogadores, porque para uma família é completamente diferente ter um atleta a viajar para fora, com despesas de avião, alojamento e tudo o resto que implica noutros países da Europa ou a competir em Portugal, onde se pode deslocar com custos muito reduzidos aliados ainda ao facto de estar a jogar em casa, conhecer as condições e o que vai ou não encontrar. Há uma série de fatores que acreditamos serem positivos e que se vão manter em 2019”, rematou o algarvio de 34 anos.

Que venha 2019!

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Atualizado às 23h42.

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