Dois em um: Federer regressa ao primeiro lugar do ranking com final inédita em Estugarda

Pela terceira vez esta época, e pela quinta vez na carreira, Roger Federer está de volta ao primeiro lugar do ranking. Aos 36 anos e 312 dias, o tenista suíço extende o seu próprio recorde (terá 36 anos e 314 dias quando a tabela for, realmente, atualizada) de jogador mais velho a alguma vez ocupar a primeira posição do ranking do ATP World Tour. E ainda ganhou direito a disputar mais uma final.

É em Estugarda, na Alemanha, que tudo está a acontecer. Apesar de ter na relva a sua superfície favorita, Federer não tinha, até então, conseguido brilhar no primeiro torneio de preparação para Wimbledon — perdeu nas meias-finais há dois anos e no encontro de estreia na época transata. Até agora. Porque depois de derrotar Mischa Zverev e Guido Pella, o primeiro cabeça de série derrotou Nick Kyrgios, por 6-7(2), 6-2 e 7-6(5), para chegar à grande final.

Aliada à superfície deste terceiro encontro, o historial entre o suíço e o australiano fazia antever um duelo muito equilibrado. É que até aqui Federer e Kyrgios nunca tinham conseguido resolver um set antes do tiebreak, e o embate deste sábado não foi muito diferente: quer o primeiro, quer o terceiro parciais foram decididos na “negra”, com o segundo a ser exceção e porque o suíço conseguiu duas quebras de serviço.

Assim, foi preciso servir muito e bem para manter vivas as hipóteses de vitória num encontro rápido, com espetáculo à mistura e sempre de grande tensão. Até que, ao fim de 1h48, Roger Federer consumou a reviravolta para chegar à quarta final do ano (campeão do Australian Open e do ATP 500 de Roterdão, vice-campeão do Masters 1000 de Indian Wells).

Desta forma, está confirmado o sexto “reinado” de Roger Federer como número 1 mundial, ele que chegou pela primeira vez à posição a 2 de fevereiro de 2004 (data da atualização do ranking, mas a subida foi confirmada a 30 de janeiro, com a vitória sobre Juan Carlos Ferrero nas meias-finais do Australian Open).

Nessa altura, o tenista suíço manteve-se por 237 semanas consecutivas no topo, só de lá saindo a 17 de agosto de 2008, quando Rafael Nadal assumiu pela primeira vez a posição. Cerca de dois anos depois, Federer havia de voltar e para mais 48 semanas consecutivas — entre julho de 2009 e junho de 2010, e novamente entre julho e novembro de 2012 (17 semanas).

Já este ano, Roger Federer terminou um jejum de vários anos ao regressar ao primeiro lugar do ranking ATP a 19 de fevereiro, tornando-se no tenista mais velho de toda a história do circuito masculino a ocupar a posição. Agora, e depois de entretanto por lá ter passado novamente, continua a estender esse recorde, tendo este sábado aproveitado a única oportunidade que teria em toda a época de relva (porque em Halle e Wimbledon, onde ganhou há um ano, não tem pontos a acrescentar).

Vem aí mais um gigante que promete muito perigo

Depois de Nick Kyrgios, que hoje apontou 23 ases, Roger Federer vai ter pela frente mais um grande servidor: o canadiano Milos Raonic, que no início de jornada deste sábado derrotou o campeão em título, Lucas Pouille, por 6-4 e 7-6(3), para chegar à sua primeira final em mais de um ano.

Ao longo desta semana, o canadiano enfrentou apenas dois pontos de break e segurou todos os 42 jogos que jogou no seu serviço, pelo que promete ser mais um adversário de peso para o helvético.
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