Safin: “Vejo o Federer e o Nadal a jogarem até aos 40 porque não vejo ninguém que os possa ameaçar”

Marat Safin esteve em Paris e não perdeu a oportunidade de acompanhar parte da ação que se foi desenrolando em Roland Garros entre e após a participação no quadro de Lendas. A presença do ex-número 1 mundial não passou, claro, despercebida aos vários jornalistas que estavam no local e foram várias as declarações emitidas pelo russo.

Numa entrevista ao jornal AS, Safin disse descreveu a atual geração como “geração iPad e Instagram“. E foi mais longe: “Vejo o Federer e o Nadal a jogarem até aos 40 porque não vejo ninguém que os possa ameaçar”.

Para o russo, atualmente com 36 anos, tudo mudou. “Antes havia muito mais competitividade, jogadores com estilos diferentes e personalidades. Agora são todos iguais. Nos meus tempos havia 50 rapazes que podiam jogar muito bem. Não quero ofender, mas à exceção do Federer, do Nadal e do Djokovic o nível é medíocre. Velhos de 37 anos ainda conseguem jogar porque não há ninguém a pressioná-los. Antes, os jovens ganhavam vezes seguidas e agora não são bons antes dos 25 anos.”

Marat Safin considera que os jovens não partem tão cedo para o estrelado “porque são a geração iPad. Têm outra vida. Nós não tínhamos iPad, computador, nada. Nós comunicávamos. Agora não o fazem, a não ser pelo Instagram ou por outras redes sociais. Cada um tem a sua equipa e não se relacionam. Há um par de “loucos”, como o Nick Kyrgios, e pouco mais.”

Ainda assim, o campeão do 2000 e do Australian Open em 2005 destaca Alexander Zverev como “um jogador muito bom”, que do seu ponto de vista é o que reúne mais condições para se intrometer entre Roger Federer e Rafael Nadal. Para além dele “também o Dominic Thiem, apesar do alemão se destacar mais, e o Nick Kyrgios. Se afinar a cabeça pode ser um jogador incrível.”

Nesta entrevista (antes, à conversa com o L’Équipe, já tinha tecido outro tipo de críticas) nem os compatriotas Andrey Rublev e Karen Khachanov escaparam aos comentários de Marat Safin: “têm 21 ou 22 anos e ainda não ganharam nada. Na nossa geração, se aos 18 anos não tinhas ganho um torneio ATP então não valias nada. Agora ganhas aos 23 e és uma estrelinha.”

E depois de uma passagem pela política (trabalhou durante sete anos para o governo russo), o ex-tenista pretende, agora, aproveita rum ano sabático antes de, quem sabe, voltar ao ténis: “Não planeio ser treinador a tempo inteiro, mas gostava de ajudar algum jogador. Não quero um ‘idiota’, um egoísta ou ter de lidar com os pais. Quero um rapaz ou uma rapariga educados, para não ser uma má experiência.”

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