O “sortudo azarado” e a viagem de 9h de Marco Trungelliti para assinar e poder jogar

Marco Trungelliti Viagem Paris Roland Garros
Tenista argentino já estava em Barcelona quando soube que podia competir no quadro principal de Roland Garros caso regressasse a tempo de assinar um papel.

Roland Garros, dia 1. Seis lucky losers à entrada para a primeira jornada, sete a segundos do começo e oito com o passar das primeiras horas. Depois de Viktor Troicki, foi a vez de Nick Kyrgios desistir do Grand Slam francês e se o cenário causado pelo sérvio foi rapidamente resolvido, aquele que o australiano deixou está a dar origem a uma longa história que um dia poderá, até, dar num filme.

É que se para substituir Troicki havia Mohamed Safwat — o egípcio que entretanto fez, e apesar da derrota, história para o seu país –, para o lugar do australiano não havia ninguém. Passamos a explicar: Prajnesh Gunneswaran, o indiano de 28 anos que é o 183.º do mundo, deveria ser o oitavo jogador a entrar como lucky loser, mas à hora da desistência de Nick Kyrgios não só já não estava em Paris como o seu nome já fazia parte do quadro do Challenger de Vicenza.

Por essa razão, passou a estar ilegível para Paris. É o “sortudo azarado”, que não esperou tempo suficiente na capital francesa e, depois, não contou com uma resposta positiva do supervisor do Challenger italiano — dizem as regras dos torneios do Grand Slam e circuito masculino que em casos destes um jogador pode “voltar atrás” caso o supervisor do torneio que está prestes a disputar o permita.

E é aqui que entra Marco Trungelliti, o argentino que derrotara Pedro Sousa na segunda ronda, perdera na terceira e entretanto já estava em Barcelona. Porque mais ninguém para além de Mohamed Safwat assinara a lista de elegibilidade para ser lucky loser, o torneio ficou sem jogadores para repescar. Quer isto dizer que qualquer jogador que tenha participado no qualifying de Roland Garros teria entrado no quadro principal se tivesse assinado a lista, porque à sua frente não tinha ninguém.

Como tal não aconteceu, voltamos a Trungelliti. Depois de Gunneswaran, o argentino é o melhor cotado na lista de jogadores derrotados na última ronda da fase de qualificação e tem, aqui, uma oportunidade de ouro — literalmente. É que em jogo está um lugar no quadro principal (a que chegou e onde venceu uma ronda nos últimos dois anos) e um prémio de 40.000 euros em caso de derrota.

O “único” obstáculo? Marco Trungelliti, que já estava em Barcelona, a sua nova ‘cidade base’ (a que há dias chegara parte da sua família para uma visita), tem de estar em Paris a tempo de assinar a lista de lucky losers e participar no tal encontro da primeira ronda, que está marcado logo para as 11h locais frente ao australiano Bernard Tomic.

O que desde aí aconteceu foi o início de uma viagem de carro com a duração prevista de 9h acompanhado de alguns membros da sua família. O destino? Paris, pois claro, e os updates através da rede social Twitter, onde toda a situação tem sido acompanhada com o máximo de detalhe possível e muita curiosidade.

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