Enquanto nas bancadas é a voz incansável de apoio aos seus dois filhos – Andy e Jamie – que figuram na elite do ténis mundial, fora dos estádios Judy Murray emprega a sua voz a uma causa que se eleva bem para lá de uma partida de ténis ou de um torneio do Grand Slam. A britânica é uma das figuras da luta pela valorização e crescimento do ténis feminino, nomeadamente no que toca à igualdade para com o circuito masculino.
À semelhança do que já veio a publico declarar no passado (ver aqui), a ex-treinadora da Grã-Bretanha na Fed Cup reafirmou à Sky Sports a necessidade de as mulheres do tour tomarem uma posição forte que as permita serem ouvidas e tomadas em consideração nos momentos em que sejam discutidas mudanças na modalidade.
Na sua opinião, até ao momento apenas a voz dos jogadores de topo do circuito masculino é escutada, dando inclusivamente exemplos bem atuais como as alterações na Taça Davis (ver aqui) ou a recente posição tomada por vários jogadores que reclamam maiores prémios nos Majors (ver aqui).
“Se alguém da posição 60 do ranking ou uma capitã da Fed Cup de uma zona inferior como eu incentivar mudanças, claro que terá algum impacto, mas não dará em nada de concreto“, começou por apontar. “No lado dos homens, se tiveres um dos Big 4 a incentivar alterações, seja na Taça Davis ou numa melhor distribuição dos lucros em Grand Slams, eles vão sentar-se e tomar em consideração. Precisamos que as jogadoras de topo façam o mesmo“, sublinhou.
E quem poderá ser a figura maior dessa nova atribuição de poder às mulheres? Judy Murray não tem dúvidas: Serena Williams. “Agora que ela teve uma bebé, espero que ao mesmo tempo que caminha para o final da sua carreira, faça uso da sua voz de modo a provocar mudanças no ténis feminino“, vincou antes de concluir. “Não se trata apenas de prize money iguais, é sobretudo pela criação de oportunidades de raíz e ajudando o ténis feminino pelo mundo fora a tornar-se mais forte“.
