Presidente da ITF não exclui hipótese de 3 sets na Taça Davis

David Haggerty

Tem sido uma das grandes questões do ténis mundial desde há vários anos. Quão realmente importante é a Taça Davis? Despender os vários dias de treino e jogos de alto nível que a competição exige ou dedicar exclusivamente aos torneios pontuáveis e com prize money? É um dilema que vários jogadores enfrentam diversas vezes por ano e as opiniões variam. No entanto, encontra-se um denominador comum: praticamente todos os jogadores de topo optam por ficar de fora.

Foi precisamente abordando este ponto que David Haggerty, presidente da Federação Internacional de Ténis (ITF) desde 2015, iniciou a sua entrevista ao jornal espanhol AS. “A Davis tem uma grande tradição e os grandes jogadores querem ganhá-la. Estamos a falar com eles e a testar já jogos a três sets em vez de cinco. Foi feito um primeiro teste nesta eliminatória nos grupos I e II. Também jogar em dois dias: sextas-sábados ou sábados-domingos. Vamos ver o que acontece, que feedback recebemos dos países e se implementamos no Grupo Mundial”, começou por explicar.

Na verdade, as referidas medidas já tinham sido propostas pelo próprio no ano passado sendo mais tarde rejeitadas em assembleia. Ainda assim, segundo o presidente, as ideias são todas bem vindas e há várias possibilidades a serem estudadas. Quando questionado sobre se entre essas mudanças se incluem a reintrodução do sistema de pontos, a resposta revelou-se positiva: “É outro dos objetivos e estamos a trabalhar nisso com a ATP”.

França 2017 DC
França é a campeã em título da maior e mais importante prova de ténis masculino entre nações. Fotografia: Corinne Dubreuil

Outro tema que não escapou à conversa foram as controversas declarações de Rafael Nadal após a sua desistência do Australian Open, nas quais aponta ao excessivo número de lesões no circuito e apela à tomada de medidas por parte das entidades responsáveis.

Penso que se deve abrir um debate sobre o calendário. São atletas fantásticos, mas alguns jogam demasiadas semanas com jogos muito longos. Há um problema no que toca à recuperação. A WTA reduziu o seu calendário, termina três semanas antes“, sublinhou o norte-americano.

Por fim, David Haggerty não deixou de esclarecer pormenores relativamente ao novo circuito de transição planeado para 2019: “Os prémios dos torneios ITF ajudarão mais tenistas a ganhar a vida, ainda que reduza o seu escalão. Agora existem uns 3.000 jogadores com ranking ATP e WTA, pretende-se reduzir esse número para 750 homens e 750 mulheres. Um estudo da ITF revelou que dos 14.000 tenistas que competem em torneios profissionais, apenas 350 homens e 250 mulheres cobrem os seus gastos. É a maior reestruturação do ténis profissional: vai reduzir os custos, incrementar o número de torneios por país e aumentar as oportunidades“.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Total
0
Share