Nuno Borges nasceu na Maia e começou a jogar ténis aos seis anos na Escola de Ténis da Maia. Foi o sétimo português a chegar ao top 100 do ranking ATP e apenas o segundo a entrar no top 50. A 21 de julho de 2024 venceu Rafael Nadal na final do ATP 250 de Bastad e tornou-se no segundo português a vencer um torneio do circuito principal em singulares.
Nascimento: 19/02/1997
Altura: 1.85m
Profissional desde: 2019
Mão dominante: direita
Nuno Borges nasceu na Maia a 19 de fevereiro de 1997. Começou a jogar ténis com os pais, Vírginia e Paulo, aos seis anos, na Escola de Ténis da Maia.
Em 2013 sagrou-se campeão nacional de sub 16 com uma vitória contra Felipe Cunha e Silva, no Carcavelos Ténis (terra batida ao ar livre), e em 2014 repetiu o triunfo sobre o mesmo adversário, mas no Clube de Ténis de Portimão (piso rápido ao ar livre), para se sagrar campeão nacional de sub 18.
No ano de 2016 viajou para os Estados Unidos da América, onde estudou cinesiologia e competiu pela Mississippi State University. Destacou-se como um dos melhores jogadores do circuito universitário norte-americano (121-23 em singulares, 68-42 em pares) e despediu-se em 2019 como vice-campeão de singulares da NCAA, número um do ranking e melhor jogador do circuito.
Foi nesse mesmo ano que abraçou o profissionalismo, mas o primeiro título no circuito profissional (ITF M15 de Setúbal) foi conquistado no verão de 2017, no regresso a Portugal entre anos letivos. Ergueu um total de 10 títulos individuais e oito de pares no escalão mais baixo, com a particularidade do último (M15 em Antália em fevereiro de 2021) acontecer na mesma localidade onde meses mais tarde, em novembro, inaugurou o palmarés no circuito Challenger.
Campeão nacional absoluto pela primeira vez em 2020, perto de casa, no Complexo Desportivo do Monte Aventino com uma vitória sobre Tiago Cação, revalidou o título em 2021 ao derrotar Pedro Araújo, no Complexo Desportivo do Jamor.
Essa época também ficou marcada pela estreia no circuito ATP com uma campanha dourada no Millennium Estoril Open, onde ultrapassou as duas rondas da fase de qualificação e derrotou o australiano Jordan Thompson (então número 61 mundial) por 7-6(5) e 6-3 na primeira ronda do quadro principal. Só foi travado pelo croata Marin Cilic (ex-campeão do US Open e da Taça Davis e finalista do Australian Open e de Wimbledon) em três partidas, por 6-7(5), 6-4 e 6-4. Em setembro, então com 24 anos, foi convocado pela primeira vez para a Taça Davis e três semanas depois estreou-se ao lado de João Sousa na deslocação à Roménia (derrota por 3-1).
Os resultados obtidos ao longo da temporada — que fechou com uma final no “seu” Maia Open — permitiram-lhe garantir um lugar no qualifying do Australian Open de 2022, mas um teste positivo à covid-19 a poucos minutos de entrar em court adiou a desejada estreia em torneios do Grand Slam. O que não aconteceu em Melbourne materializou-se em Paris e com contornos históricos: assinou três vitórias no qualifying e chegou ao quadro principal, onde cedeu para o vice-campeão olímpico Karen Khachanov após quatro sets (6-3, 2-6, 6-4 e 6-4). No mês anterior venceu o segundo Challenger da carreira, em Barletta, e repetiu a segunda ronda no Millennium Estoril Open antes de perder em três sets com o futuro finalista Frances Tiafoe. Com a campanha individual encerrada, focou-se nos pares e não parou até fazer história: ao lado do amigo de infância Francisco Cabral, sagrou-se campeão do maior torneio de ténis organizado em Portugal.
Tal como em Roland-Garros, em Wimbledon também jogou pela primeira vez o qualifying e o quadro principal, mas como lucky loser, e no US Open foi ainda mais longe: depois de três vitórias na fase de qualificação, a última com contornos épicos, fez o que nunca tinha feito e superiorizou-se num braço de ferro eletrizante contra a promessa Ben Shelton, por 7-6(6), 3-6, 7-6(5), 6-7(8) e 6-3 após 4h02, e tornou-se no oitavo português a vencer no quadro principal de singulares de um Grand Slam. A atualização do ranking que se seguiu fez dele o sétimo português a chegar ao top 100 ATP de singulares.
Em crescendo desde que se tornou profissional, Nuno Borges ganhou um lugar no circuito principal durante o ano de 2023. Começou por ir a jogo no Australian Open pela primeira vez, mas foi quando mudou de continente que se destacou: primeiro com três vitórias no ATP 250 de Delray Beach, desde o qualifying até à segunda ronda do quadro principal, mas sobretudo com o título no Challenger 100 de Monterrey, a segunda ronda em Acapulco na primeira participação num ATP 500, a estreia em ATP Masters 1000 em Indian Wells e o título no Challenger 175 de Phoenix — o primeiro de sempre a oferecer tantos pontos e, portanto, o mais importante de um tenista português no circuito secundário. Na semana seguinte destacou-se ao viajar mais de 3.000km em contra-relógio para furar o qualifying no ATP Masters 1000 de Miami.
Na temporada de terra batida jogou a segunda ronda do ATP 500 de Barcelona com Carlos Alcaraz e a segunda ronda do ATP Masters 1000 de Roma frente a Stefanos Tsitsipas antes de vencer John Isner em cinco partidas para chegar à segunda ronda de Roland-Garros. Depois, alcançou as meias-finais do Challenger 125 de Nottingham, na relva (travado pelo futuro campeão Andy Murray), mas lesionou-se quando liderava o encontro frente a Francisco Cerundolo em Wimbledon. A lesão afastou-o do melhor rendimento durante um par de meses, mas em setembro foi decisivo para a vitória histórica de Portugal na visita à Áustria para a Taça Davis. Fechou a melhor época da carreira com mais dois resultados de destaque no circuito secundário: finalista no Challenger 100 de Shenzhen e campeão do Challenger 100 da Maia, o “seu” Maia Open.
2024
O ano de 2024 começou com um resultado inédito e histórico para o ténis português: em Melbourne, Nuno Borges venceu Maximilian Marterer, Alejandro Davidovich Fokina e Grigor Dimitrov e tornou-se no primeiro tenista luso a chegar à quarta ronda do Australian Open, igualando o feito de João Sousa no US Open de 2018 e em Wimbledon 2019. Foi eliminado por Daniil Medvedev em quatro sets, mas a prestação valeu-lhe a estreia no top 50 mundial — foi apenas o segundo português a consegui-lo.
Em fevereiro voltou a assinar um resultado inédito com duas vitórias em Los Cabos a darem-lhe a primeira presença da carreira nos quartos de final de um torneio ATP. E em março defendeu o título no Challenger 175 de Phoenix com uma vitória sobre Matteo Berrettini (ex-top 10 e finalista de Wimbledon) na final.
No regresso à terra batida apurou-se pela primeira vez para os quartos de final do Millennium Estoril Open e tornou-se apenas no terceiro português a chegar tão longe no Clube de Ténis do Estoril.
As semanas seguintes foram discretas, até que em Roma voltou a fazer história e, com triunfos sobre Pedro Martínez, Alexander Bublik e Francesco Passaro, chegou pela primeira vez à quarta ronda de um ATP Masters 1000, onde perdeu com Alexander Zverev. Frederico Gil e João Sousa chegaram aos quartos de final numa ocasião (Monte Carlo 2011 e Madrid 2016, respetivamente), mas esses torneios tinham quadros mais pequenos (64 e não 98 jogadores) e, portanto, menos uma ronda, pelo que a prestação na cidade eterna foi suficiente para Borges igualar o máximo de vitórias de um tenista português.
Derrotado na primeira ronda de Roland-Garros, o maiato seguiu para a relva e caiu à primeira nos três torneios (ATP 500 de Halle, ATP 250 de Maiorca e Wimbledon), mas foi rápido a deixar para trás a desilusão na superfície e, na primeira semana de volta à terra batida, fez história: em Bastad, começou por derrotar Andrea Pellegrino e depois venceu Henrique Rocha no quarto encontro da história entre portugueses em quadros principais de torneios ATP ou superiores além-fronteiras. Ao passar por Timofey Skatov tornou-se no sexto português a alcançar as meias-finais de singulares de um torneio ATP e no dia seguinte passou a ser apenas o quarto a jogar uma final graças ao triunfo sobre Thiago Tirante.
No dia 21 de julho, assinou a vitória mais mediática da história do ténis português e um dos maiores feitos do desporto nacional ao vencer Rafael Nadal por 6-3 e 6-2 na final do ATP 250 de Bastad. Foi a primeira vitória de um português contra um elemento do Big Four e fez dele o segundo português a conquistar um título ATP em singulares e o primeiro a alcançar a “dobradinha” no circuito principal, isto é, a vencer um torneio individual e um de pares. Nuno Borges tornou-se apenas no quinto jogador a derrotar o espanhol numa final em terra batida.
Apurado para os Jogos Olímpicos pela primeira vez na carreira, tornou-se no oitavo tenista a representar Portugal no acontecimento desportivo mais importante e mais antigo do mundo e no sexto a fazê-lo em singulares. Na competição individual não resistiu a Mariano Navone, mas nos pares celebrou uma vitória ao lado de Francisco Cabral.
A reta final da temporada concentrou-se nos hard courts e levou-o a novos patamares: no ATP Masters 1000 de Montreal alcançou a terceira ronda e com esse resultado entrou pela primeira vez no top 40 ATP; logo a seguir alcançou a segunda eliminatória no ATP Masters 1000 de Cincinnati, que começou no qualifying, e pouco depois fez história ao igualar a melhor prestação de um português no US Open, onde atingiu a quarta ronda e só perdeu, tal como no início do ano, perante Daniil Medvedev. O brilharete em Nova Iorque levou-o até ao top 30 ATP no dia 9 de setembro.
Mas Flushing Meadows não foi só alegrias e de lá regressou com uma lesão no punho esquerdo que o afastou em cima da hora da eliminatória da Taça Davis entre Portugal e Noruega em Bekkestua, nos arredores de Oslo. Ausente durante um mês e meio, regressou sem sucesso já na sequência indoor na Europa e terminou o ano com uma série de cinco derrotas consecutivas.
Última atualização a 10 de novembro.
1 título ATP de singulares
— ATP 250 de Bastad (julho 2024)
1 título ATP de pares
— Millennium Estoril Open (abril 2022)
6 títulos Challenger de singulares (+9 de pares)
— Challenger 175 Phoenix (março 2024)
— Challenger 175 Phoenix (março 2023)
— Challenger 125 Monterrey (fevereiro 2023)
— Challenger 100 Maia (novembro 2023)
— Challenger 80 Barletta (abril 2022)
— Challenger 50 Antália (novembro 2021)
10 títulos ITF de singulares (+8 de pares)
— M15 Setúbal (julho 2017)
— M15 Idanha-a-Nova (julho 2017)
— M15 Caldas da Rainha (agosto 2018)
— M15 Pensacola (novembro 2018)
— M15 Setúbal (junho 2019)
— M15 Idanha-a-Nova (julho 2019)
— M15 Monastir (janeiro 2020)
— M15 Sintra (setembro 2020)
— M15 Quinta do Lago (novembro 2020)
— M15 Antália (fevereiro 2021)
AO: R4 (2024) | RG: R2 (2023) | Wimbledon: R1 (2022, 2023) | US Open: R4 (2024) | ver mais