A situação sem precedentes vivida na passada edição do Australian Open terá sido uma exceção à regra. Da fase de qualificação disputada semanas antes num continente diferente à extremamente controlada quarentena e apertada ‘bolha’ sanitária criada em Melbourne, todos estes terão sido episódios forçados pelo contexto pandémico que não voltarão a constar nos planos da organização.
“Assumimos com os jogadores que não voltarão a existir quarentenas nem ‘bolhas’ sanitárias. Vamos avançar com a preparação do torneio, tendo como principal cenário de que tudo será normal. Para isso acontecer, precisamos de avançar com a vacinação. Vamos encontrar uma solução para que durante duas semanas os profissionais usufruam de uma proteção, mas muito mais suave em relação à da edição transata”, declarou Craig Tiley, diretor da Tennis Australia, em conferência de imprensa.
Numa altura em que o globo tem conseguido controlar a pandemia com a vacinação e respetivo regresso progressivo à normalidade, Roland-Garros teve as bancadas ‘a meio gás’ e com recolher obrigatório imposto pelo governo francês às 21 horas locais. Já em Wimbledon, a história foi outra: o All England Club recebeu cerca de 50% da capacidade na primeira semana, ao passo que posteriormente viu-se casa bem cheia – e sem máscaras à vista.
Quanto ao US Open, quarto e último evento do Grand Slam da presente temporada, seguirá um modelo idêntico ao do torneio britânico, já que Flushing Meadows poderá acolher lotação máxima, mediante um teste negativo à covid-19 ou certificado de vacinação.
Embora a Austrália tenha sido pioneira a ‘furar’ as restrições derivadas da covid-19 e pelo evento tenham passado mais de 50.000 espetadores, a organização do Australian Open foi alvo de duras críticas, não só pela diferença de tratamentos entre os jogadores da elite e os restantes participantes, mas também pela impossibilidade de ter sido feita uma boa adaptação ao clima e condições dos antípodas, já que todos os tenistas passaram 14 dias enclausurados nos quartos de hotel.
Sem contar com novos imprevistos que possam vir a complicar o plano, a 108.ª edição do primeiro Major da temporada tem estipulada a sua realização entre 17 e 30 de janeiro de 2022, naquele que será um regresso à tradicional quinzena reservada ao Australian Open.