OEIRAS — Gastão Elias carimbou o acesso pela quarta vez aos quartos de final do Oeiras Open com a vitória frente ao jovem compatriota Pedro Araújo. Não começou bem, mas a partir do 2-5 no primeiro set alinhou 11 jogos consecutivos, salvou dois set points pelo caminho, e voltou aos oito melhores de um torneio.
“Estava a perder 5-2, mas estava relativamente tranquilo. O positivo de estar a jogar muito mal é não poder piorar. Sabia que em algum momento ia jogar melhor, porque pior era impossível. Ao mesmo tempo também senti as condições hoje. Senti que a bola estava mais lenta e pesada, talvez devido à humidade. Felizmente os jogadores de ténis têm mais do que uma raqueta e eu tinha uma preparada para o caso de ter dificuldades em fazer a bola andar. Troquei para uma raqueta com mais ou menos 15 quilos de tensão, quando normalmente jogo com 17. Foi uma medida que tive de tomar porque já não sabia o que fazer, o Pedro estava muito consistente e eu senti que precisava de fazer a bola andar mais. E também como sempre digo, acredito que o Pedro me respeite um pouco e sabia que estes momentos poderiam ser mais complicados para ele. Ele deixou de ser tão agressivo e eu passei para a frente e não deixei escapar a iniciativa”, analisou o tenista de 30 anos em conferência de imprensa.
“Estes jogos são importantes para a confiança. É importante para o meu psicológico uma vitória assim mesmo sem jogar bem. Consegui dar a volta ao resultado e acabei a jogar relativamente bem”, comentou, sem fugir ao facto de ter partido para o encontro com a obrigação de triunfar. “O Pedro é um jovem que está a crescer e tem vindo a melhorar, mas eu sabia que se tivesse mais ou menos a jogar o meu ténis que ia ser mais ou menos tranquilo, e foi o que aconteceu no segundo set. Mas é sempre difícil, porque ele não tinha nada a perder e vinha de uma grande vitória sobre um top 200. Isso por vezes complica para o meu lado, pois sou favorito. Por conta disso é que hoje é um dia muito positivo, porque dei a volta e passar um estágio de nervosismo e tensão e acabei por jogar a um bom nível na parte final”. Para esse bom nível contribuiu o ajuste na resposta ao serviço, além da mudança tensão das cordas.
Para o adversário de hoje, Elias deixou elogios. “O Pedro tem de melhorar o serviço, mas é muito completo, é agressivo e tenta tirar tempo. Na minha cabeça vejo-o com mais sucesso em piso rápido. É um jogador com muito futuro”.
Gastão Elias defronta esta sexta-feira o argentino Camilo Ugo Carabelli. “Conheço-o bastante bem. É um tenista muito talentoso e com muito poder de fogo. Na altura que treinava com o Fabian Blengino fiz duas pré-épocas na Argentina e treinei com ele algumas vezes. Naquela altura era um júnior muito respeitado e tinham-no como um promissor com grande futuro. Bate muito forte na bola, tem facilidade de a fazer andar e ganhou-me o único encontro que disputámos [Challenger de Campinas em 2018]. Ele está motivado, tem um treinador que me conhece bastante bem e já viajou várias semanas comigo, portanto vai ser um jogo engraçado”.