OEIRAS — Holger Rune celebrou o 18.º aniversário há menos de um mês, mas já fala como gente crescida e depois de entrar a ganhar no quarto e último torneio do ATP Challenger Tour organizado pela Federação Portuguesa de Ténis no Jamor partilhou os objetivos ambiciosos com que encara o que sobra da atual temporada.
“Quero chegar ao top 100 até ao final do ano e também tenho outros pequenos objetivos, como ganhar um Challenger, por isso porque não começar aqui?”, disse, entre sorrisos, na conferência de imprensa que se seguiu à vitória por 6-3 e 6-4 sobre Tim van Rijthoven, na terceira vinda a Portugal, depois de ter cedido na ronda inaugural no 15.000 dólares da Beloura, em 2019, e na segunda eliminatória em Setúbal, no ano passado.
Número 312 mundial, o jovem dinamarquês já deixou o escalão júnior para trás há muito tempo e depois de começar o ano com três finais consecutivas em torneios ITF (na terceira foi travado pelo português Gastão Elias, em Vilhena) foi convidado a participar em vários torneios do circuito mundial: em Barcelona deu trabalho a Albert Ramos antes de perder em três sets, em Santiago “furou” o qualifying para chegar aos primeiros quartos de final em torneios ATP, em Marbella e Monte Carlo caiu à primeira e no ATP 500 conseguiu passar o qualifying antes de cair novamente perante Albert Ramos, uma vez mais em três sets.
Entre o circuito mundial de sub 18 e o profissional diz existir “uma grande diferença, não no nível de jogo, porque os juniores jogam bem, mas mentalmente, porque optam pelas pancadas mais fáceis e rápidas enquanto aqui jogam de forma inteligente e temos de ser nós a ganhar, os adversários não te dão nada.”
Treinado por Lars Christensen, Holger Rune tem na equipa técnica o português José Silva, diretor técnico da categoria de juniores da federação dinamarquesa, e passa regularmente pela academia de Patrick Mouratoglou, no Sul de França, para treinar com alguns dos melhores tenistas do mundo. Idolatra Roger Federer, mas em pequeno até começou por admirar Rafael Nadal (de quem rasgou vários posters quando “mudou” para o lado do suíço) e recentemente ficou impressionado com o treino que fez com Novak Djokovic: “Impressionou-me o quão focado é nos treinos e, ao mesmo tempo, divertido e simpático fora do court.”
Como dinamarquês, tem em Caroline Wozniacki a grande referência e na contemporânea Clara Tauson uma ligação “desde sempre” que o faz acreditar num futuro dourado para o ténis na Dinamarca: “Estou feliz porque o ténis está a crescer. Antes tínhamos a Wozniacki, mas agora o desporto tem mais atenção e isso é positivo. A Federação ainda não organiza muitos torneios, mas espero que um dia seja possível termos tantos como aqui em Portugal.”