No passado dia 22 de abril, no Clube Escola de Ténis de Oeiras, a francesa Diane Parry foi galardoada com o prémio de Campeã do Mundo Júnior do ano de 2019 pela Federação Internacional de Ténis (ITF). Uma distinção que ocorre sempre em Roland-Garros, mas que devido à pandemia foi sendo sucessivamente adiada. Aproveitando a estadia da talentosa francesa em Portugal, a ITF enviou o prémio e a Federação Portuguesa de Ténis entregou-o em pleno Court Central do CETO.
Apesar do desaire nesse mesmo dia (minutos antes da distinção) face à luxemburguesa Mandy Minella (num encontro de excelente nível), a tenista de 18 anos mostrou-se naturalmente satisfeita com o reconhecimento. “Estou muito agradecida e honrada por receber este troféu, que reflete a minha grande época de 2019. Estou muito feliz”, disse no final (ainda que de forma tímida), lembrando os três títulos conquistado nesse ano, o maior dos quais o Masters em Chengdu.
Diane Parry sucedeu a Clara Burel (finalista do torneio de 60.000 dólares realizado no Jamor, em abril) como francesa no topo do ranking de juniores e atualmente é outra gaulesa, Elsa Jacquemot, quem lidera. Algo só possível devido aos apoios da Federação Francesa de Ténis e que enriquece o ténis no país. “Não tínhamos isto antes e é bom para nós. Nós motivamo-nos umas às outras. Quando vi a Clara como número um quis alcançar o mesmo e talvez me tenha ajudado. Talvez tenha acontecido o mesmo com a Elsa. Espero que seja igual para as próximas jogadoras juniores em França porque é um bom para o futuro”.
Depois de uma transição para o profissional mais difícil do que o expectado em virtude da eclosão da pandemia (ainda que enquanto júnior disputasse alguns torneios entre as maiores), Parry sonha com altos voos como grande parte dos jovens, mas sempre com os pés bem assentes no chão. “Não vou dizer que quero ser número um como todos (risos). Vou lutar para chegar o mais longe que conseguir e para ganhar o máximo possível, e entre as conquistas espero ganhar Roland-Garros por ser francesa. Vou trabalhar ao máximo para isso”, frisou.
Dona de uma esquerda a uma mão de fazer inveja, Diane Parry tem duas grandes referências na modalidade e em concreto em tenistas com usam ou usaram exemplarmente bem essa arma. “Antigamente batia a esquerda a duas mãos, mas sempre gostei de bater a uma. Há uns cinco anos mudei e adoro a minha esquerda, é uma das particularidades do meu jogo. A minha maior inspiração é o Federer, adoro vê-lo jogar e adoro o seu jogo. Só que desde muito cedo me comparam à Amélie Mauresmo e gosto muito de vê-la jogar em vídeos. Ela era muito física e tinha um ténis bonito, uma esquerda muito boa. Tento sempre moldar o meu jogo ao de algumas pancadas de alguns jogadores”.
Diane Parry passou duas semanas por Portugal, ficando-se pela primeira ronda no 60.000 dólares do Jamor (vinda da fase de qualificação) e terceira eliminatória no CETO. É uma das grandes esperanças do ténis francês e atualmente figura no posto 291 do ranking WTA, tendo chegado a ser 263 em julho de 2019. Esta semana compete no WTA de Estrasburgo, onde para já furou a fase de qualificação.