OEIRAS — Inês Murta foi a primeira portuguesa a ir a jogo no quadro principal do Oeiras Ladies Open. O resultado pesado não traduz o equilíbrio verificado em alguns jogos, mas espelha as dificuldades que a algarvia tem tido em 2021 por conta de uma lesão no ombro direito.
“Especialmente no segundo set tive várias oportunidades e podia ter sido um pouco diferente. Mas no geral estou orgulhosa da minha atitude, apesar de ter sido um resultado bastante pesado acho que estive sempre presente no jogo do início ao fim, sempre com boa atitude e à espera que a minha oportunidade chegasse. Ela teve muito mérito, não me ofereceu muitos pontos. Por mais estranho que pareça, porque foi um 6-0 e 6-0, gostei bastante de voltar à competição” referiu a atual 623.ª do ranking WTA após o desaire face à belga Maryna Zanevska (248.º).
Uma derrota que se pode explicar pela pouca preparação da número dois nacional na presente temporada. “Tenho perfeita noção de que os últimos meses têm sido muito duros para mim, não tenho conseguido treinar as horas que quero, fazer a carga que quero e tem sido um pouco frustrante. Sinto que faltam horas de treino, não estou afinada, falta-me consistência, mas também sinto que tenho armas”, lamentou no final, em conferência de imprensa, visivelmente emocionada. “Tenho tido dores no ombro direito. As dores começaram na primeira semana da pré-época, tem sido muita gestão de carga e fisioterapia todos os dias e não tenho conseguido que as dores desapareçam de vez. Tem sido complicado gerir porque eu quero muito treinar, mas tem sido muito à base de gestão de carga”.
Após a saída do CIF no final da temporada passada, Murta treina agora com o irmão, André Gaspar Murta, antigo top 500 ATP entretanto retirado da modalidade. “Estou a gostar bastante da dinâmica, do feedback, estou a tentar ser mais agressiva, bater a bola mais cedo, mas tem sido complicado porque não temos treinado as horas que queremos”, contou a tenista de 23 anos.
Ainda assim, apesar do duelo pouco favorável e dos problemas no ombro, a experiência de competir no court Central do Jamor será para recordar. “Provavelmente se este torneio não fosse tão importante não estaria aqui a jogar. Mas queria muito jogar, o Jamor é um clube inacreditável, este é um dos torneios mais bonitos que já joguei e o court é dos mais mediáticos de Portugal. Sentimos uma atmosfera diferente, mesmo vazio”, referiu. A experiência tem sido incrível. Queria estar melhor, a jogar melhor, mas não deu”.
Inês Murta despede-se, assim, na primeira ronda do Oeiras Ladies Open, não conseguindo repetir a fase seguinte alcançada nas Caldas da Rainha, também num 60 mil dólares, em 2019. A número dois nacional está inscrita na variante de pares ao lado de Francisca Jorge e não sabe ainda se compete na próxima semana, no torneio de 25 mil dólares do Clube Escola Ténis de Oeiras.