O que move Mischa Zverev? “Jogo porque gosto, não interessa o nível”

Sara Falcão/FPT

OEIRAS — À margem da derrota frente a Tiago Cação na segunda ronda do Oeiras Open, Mischa Zverev passou para falar com os jornalistas portugueses sobre o seu momento atual e as suas motivações no que diz respeito à modalidade.

Instantes após uma derrota dura frente ao penichense, num duelo resolvido num tie-break de terceiro set e ao sétimo match point, Mischa Zverev lamentou o desaire. “Foi um duro encontro. Não consegui ganhar os pontos importantes, umas vezes porque escolhi a tática errada, outras foi a execução. No fim de contas não interessa, ele jogou muito bem, sabia como jogar neste court, como me colocar em dificuldades e fez um bom trabalho”, analisou o alemão de 33 anos, que deixou elogios ao jovem tenista português. “Ele joga melhor em terra do que em pisos rápidos, tem mais tempo para bater a direita, joga com muita margem sobre a rede, o que torna difícil apanhar a bola na subida, em especial porque é a minha primeira semana de competição em terra batida. Não consegui ajustar”.

Sobre o seu momento, o atual 280 do ranking ATP não desanima e mostra-se confiante nas suas capacidades. “Os últimos três encontros que perdi foram renhidos, não me posso queixar. Desde que me sinta saudável e esteja a jogar ok é uma questão de tempo até melhorar. Veremos se irei conseguir melhorar taticamente na terra e na execução sobretudo. Mas tive as minhas hipóteses, tanto em Miami como aqui. E nunca se sabe, estando nuns quartos ou numas meias, ganho pontos e volto aos grandes palcos”.

Antigo 25 do mundo, consequência de um ano onde chegou aos quartos de final do Open da Austrália e bateu o então número um mundial Andy Murray, o irmão mais velho dos irmãos Zverev explica o que o move aos jogar em torneios de nível muito abaixo aos que já figurou. “É apenas um jogo de ténis. Não é como se tivesse ganho 25 slams e agora jogasse jogos em clubes. Jogo porque gosto de jogar, não interessa o nível, e foco-me no que tenho de fazer. Não interessa quem jogo, se é o número um ou 500, é um jogo que quero melhorar. Cada dia tenho um adversário novo que pode jogar bem e é nisso que me quero focar”, observou, explicando ainda que não gostas das bolhas criadas nos maiores torneios. “Não me importo de jogar ITFs e Challengers. No ATP as regras são muito apertadas e aqui pelo menos consigo dar uma corrida matinal sem estar em risco. Não significa que quero andar em festas, quero só poder ir para a rua, fazer uns alongamentos, sem estar preocupado com as regras. Gosto de jogar ITFs e Challengers porque consigo viver uma vida normal”.

Mischa Zverev deixou ainda a promessa de regressar a Portugal, onde tem vindo regularmente nos últimos meses, e elogiou o court Central do Jamor. “Nota-se que é um clube antigo, com história. Gosto da envolvência e é bonito. Gostei de jogar aqui e oxalá tivesse ganho para ficar aqui mais dias. Penso que há mais Challengers aqui, por isso talvez volte em breve, até porque gosto muito de Portugal, não vinha cá há 20 anos e de repente vim quatro vezes em seis meses”.

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