Começa a tornar-se normal — e quando assim é é (muito) bom sinal: este domingo, Nuno Borges qualificou-se para a sexta final do ano em sete torneios ITF, circuito onde ninguém, em todo o mundo, tem mais discussões disputadas em 2020.
Depois de uma jornada dupla, o maiato de 23 anos (número 458 ATP) regressou ao court central do The Campus, na Quinta do Lago, para derrotar o francês Antoine Escoffier (388.º) em três partidas, com os parciais de 6-3, 3-6 e 6-3.
Num duelo equilibrado, Borges foi o primeiro a ceder um jogo de serviço, mas à semelhança do que aconteceu em vários dos encontros das últimas semanas foi rápido a reagir: poucos minutos depois, o português aumentou a intensidade e restabeleceu rapidamente a igualdade, ganhando ascendente psicológico sobre o adversário para passar a vantagem para o seu lado.
Mas o francês, que já conta com nove títulos no currículo (um deles em Sintra, há um ano), foi à luta e se no segundo jogo do segundo set “só” ficou perto do break (Borges salvou dois pontos de break consecutivos e fechou o jogo com dois ases), voltou a insistir no seguinte e uma dupla falta do tenista “da casa” deu-lhe a vantagem que se revelou decisiva.
O terceiro set foi o que contou com mais variações, que refletiram a quebra de consistência de parte a parte, mas também a procura de novas soluções para um encontro que até então estava a depender muito dos níveis de eficácia no serviço. Escoffier voltou a impingir o primeiro break (logo ao 1-1), mas Borges retaliou de imediato e poucos minutos depois consumou uma segunda quebra de serviço para passar para a frente do marcador. A liderança acabou por já não fugir ao maiato, mas só porque este respondeu com celeridade a um novo ataque do francês para, com uma sequência de três breaks, se agarrar à vantagem e carimbar a 28.ª vitória do ano em encontros internacionais.
Campeão em Monastir e Sintra, nos dois primeiros torneios internacionais que disputou em 2020, e finalista no Porto, em Setúbal e em Vale do Lobo, há uma semana, Nuno Borges está pela sexta vez apurado para uma final de singulares este ano, superando o registo do italiano Alessandro Bega, com quem partilhava o “primeiro lugar” da lista de maiores finalistas no ITF World Tennis Tour.
Na grande final, que será disputada ainda este domingo frente ao belga Michael Geerts (393.º e sexto pré-designado), que neste torneio já derrotou os portugueses Pedro Araújo e Francisco Cabral, mas sempre com dificuldades, o campeão nacional absoluto procurará o terceiro título da temporada e nono da carreira.