LISBOA — Jaume Munar conquistou este domingo o quinto título Challenger da carreira ao derrotar Pedro Sousa na final do Lisboa Belém Open, torneio que selou a quarta edição com um encontro de alto nível. No final, o espanhol, que ao longo da semana já tinha falado várias vezes da ligação a Portugal e também a Rafael Nadal, voltou a desfazer-se em elogios e ainda fez uma análise ao encontro contra o tenista português.
“Foi uma semana muito boa. Estou a trabalhar bem há muito tempo e tenisticamente mostrei que quando estou solto jogo a um grande nível. Esta semana tive boas experiências e sensações e vou tentar manter este nível”, confessou o tenista maiorquino depois de vencer a primeira final da temporada.
Sobre o encontro com Pedro Sousa, o número 112 do mundo falou das variações no marcador e dos momentos-chave: “Foi uma final complicada. Comecei bem, mas depois ele jogou um ténis incrível durante três jogos. É certo que falhei um volley fácil ao 30-30 do 5-2, mas a partir daí ele fez brilhante e o que me fez sair vencedor foi o facto de já estar mentalizado para a possibilidade de ele jogar tão bem durante alguns períodos do encontro e de que seria complicado pará-lo. Estou muito contente e orgulhoso do que fiz. No segundo set joguei melhor, estive mais solto e movimentei-me melhor. Estive melhor em todas as pancadas e estou muito contente.”
Jaume Munar é o terceiro tenista espanhol consecutivo a conquistar o título de singulares no Lisboa Belém Open e considera o êxito dos jogadores do país vizinho mais uma “prova de que a escola espanhola é muito boa em terra batida. Temos muitos tenistas com estilos de jogo diferentes e o trabalho em Espanha dá frutos.”
Ao longo da semana, o jogador maiorquino foi várias vezes questionado em relação à sua amizade com Rafael Nadal (há três anos que faz, inclusive, parte da academia do por 13 vezes campeão de Roland-Garros) e este domingo voltou a falar da relação que os dois têm: “Desde muito pequenino que me falam do Rafa e de ser o protegido dele, portanto já estou habituado. Hoje em dia somos amigos e ele quer o melhor para mim. É alguém em quem confio bastante e que me ajuda muito. Ainda hoje, antes da final, falei com ele. Disse-me para tentar estar tranquilo, para seguir o meu caminho e para continuar o meu trabalho. Aquilo que se vê em court é resultado de muito trabalho e ele sabe como eu trabalho. Treino na Academia dele e o meu treinador é o seu melhor amigo, por isso estou muito tempo com ele dentro e fora do court. É um privilégio poder partilhar tanto tempo com ele.”
Apesar de ter apenas 23 anos, Munar já jogou por diversas vezes em Portugal e na conferência de imprensa que se seguiu à final do Lisboa Belém Open voltou a salientar a paixão que tem pelo país: “Já joguei vários torneios aqui, até nos escalões mais jovens. Tento vir cá o mais que posso, porque adoro o país, as pessoas e a forma como me tratam. Tenísticamente falando, os torneios são quase todos em terra, por isso é fácil adaptar-me. O clima é similar ao de Maiorca, estou a fazer uma conferência de imprensa em espanhol, como bem e praticamente igual. Há uma conexão muito boa.”
E agora… A típica variação brusca da vida de tenista: daqui a dois dias, Jaume Munar já estará a competir em Istambul, Turquia, noutro torneio Challenger — mas em piso rápido. Quanto aos objetivos, não tem pressa, mas está claro: “Tenho 23 anos e muito para dar. Estou tranquilo a jogar os Challengers, mas quero voltar ao circuito ATP.”