Durante décadas, uma cobertura amovível em Roland-Garros não passou de uma miragem. Mas depois de muitas e longas trocas de argumentos, o torneio francês ganhou, finalmente, direito a cobrir o seu court principal — e assim tornou-se no quarto e último torneio do Grand Slam a ter garantida a realização de pelo menos um encontro mesmo quando o mau tempo não perdoa.
Em 2020, a estreia da cobertura do Court Philippe-Chatrier não poderia ser mais oportuna: adiada de maio para setembro por causa da pandemia, a edição de Roland-Garros não teve sorte e arrancou com céus cinzentos e muita chuva a rondar as instalações, pelo que se criou a oportunidade perfeita — mas indesejada — para a nova “aquisição” entrar em ação.
O encontro entre o italiano Jannik Sinner e o belga David Goffin foi o primeiro dos 129 anos de história de Roland-Garros (que celebra a 124.ª edição) a ser jogado em condições indoor, 33 anos depois do Australian Open (1987) inaugurar a cobertura da Rod Laver Arena, 11 anos depois de Wimbledon (2009) fazer o mesmo no Centre Court e quatro anos depois do US Open (2016) inaugurar a megalómana cobertura amovível no Artur Ashe Stadium, o maior court de ténis do mundo.
Em Paris, e em particular no ano de 2020, em que Roland-Garros acontece já em pleno outono, a cobertura terá um impacto ainda mais significativo nas condições de jogo: a terra ficará mais pesada e o ressalto da bola será mais baixo.
Como em todos os torneios, a decisão de fechar a cobertura do Court Philippe-Chatrier pertence, exclusivamente, ao árbitro (“referee”) do torneio.
Mas esta não é a única novidade: para além de um novo teto no court principal, também foram instalados sistemas de iluminação nos três campos principais (Philippe-Chatrier, Suzanne-Lenglen and Simonne-Mathieu) e nos courts 4, 5, 7, 9, 10, 11, 12, 13 e 14, passando a ser possível jogar-se, também pela primeira vez em Paris, com a ajuda de iluminação artificial. De tal forma que a partir de 2021 haverá mesmo sessões noturnas (curtas, de apenas um encontro).
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