Kyrgios não vai ao US Open e arrasa “jogadores que correram atrás do dinheiro”

Nick Kyrgios tornou-se, na noite deste sábado, no primeiro grande nome do circuito masculino a oficializar a desistência do US Open devido à pandemia causada pelo novo coronavírus.

Com uma mensagem vídeo publicada nas redes sociais, o tenista australiano de 25 anos explicou as razões que o fazem abdicar da viagem até Nova Iorque: “Podemos reconstruir o nosso desporto e a economia, mas não podemos recuperar as vidas perdidas. Não vou jogar o US Open deste ano. Magoa-me não competir num dos maiores palcos do desporto, mas fico de fora pelas pessoas, pelos meus australianos, pelas centenas de milhares de americanos que perderam as vidas. Por todos vocês. É a minha decisão, gostem ou não.”

Na mesma mensagem, Kyrgios lembrou que “o mais importante é a saúde e a segurança de todos” e afirmou que “ninguém mais do que eu quer que as pessoas mantenham os seus trabalhos. Falo do tipo que trabalha no restaurante, as pessoas da limpeza e dos balneários. São estas as pessoas que mais precisam de trabalhar, por isso fair play para elas.”

Mas deixou críticas severas aos colegas de profissão que não agiram da melhor forma ao longo dos últimos meses: “Os jogadores de ténis têm de pensar nos interesses comuns e agir em conjunto. Não podem correr atrás de dinheiro pela Europa e tentar ganhar ao organizar uma exibição. Pensem nos outros, porque é disso que este vírus se trata. Ele não quer saber do vosso ranking, ou de quanto dinheiro têm na conta.”

Recorde-se que, no pós-quarentena, Nick Kyrgios foi das vozes mais ativas em relação aos eventos que foram improvisados antes da retoma dos circuitos internacionais, nomeadamente acerca de exibição organizada por Novak Djokovic, que resultou em vários episódios polémicos na sequência de vários testes positivos à covid-19 devido à falta de cuidados por parte de todos os envolvidos — com os jogadores em grande destaque pela negativa.

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