Neuza Silva: “Não foi o resultado que queríamos mas estou extremamente orgulhosa, o nosso nível está a subir”

A seleção nacional feminina estreou-se esta terça-feira no Grupo II da Zona Europa/África da Fed Cup e a tarefa não se esperava nada fácil mas as comandadas de Neuza Silva conseguiram surpreender e ficaram muito perto da vitória frente ao super-favorito Egito — um resultado que deixou a capitã orgulhosa e confiante para os restantes dias de competição em Helsínquia, Finlândia.

“Estivemos mesmo muito perto de conseguir vitórias nos dois singulares, muito perto mesmo e ainda mais a ‘Kika’, que teve um match point. O nível da Inês [Fonte] surpreendeu-me pela positiva, ela conseguiu entrar muito bem no encontro, muito determinada e com um nível tático bastante superior”, começou por observar sobre os duelos de singulares perdidos por Francisca Jorge e Maria Inês Fonte.

“Acho que o facto de não ter conseguido fazer o 4-1, em que foi um bocadinho ambiciosa quando teve dois break points, e pouco depois o 5-3 a fez duvidar um pouco do que estava a fazer e baixou um bocadinho de intensidade mas tirando isso não tenho nada a apontar”, acrescentou.

De facto, esta primeira jornada revelou um enorme espírito de sacrifício e força de vontade das jogadoras que trabalham há mais tempo com a selecionadora portuguesa (são duas das quatro tenistas que em janeiro de 2017 integraram a equipa feminina que passou a receber apoio integral do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis) e que estiveram muito próximas de derrotar adversárias de calibre consideravelmente superior.

E por isso Neuza Silva reconheceu ter ficado “extremamente orgulhosa porque mesmo não tendo sido o resultado que queríamos apresentaram ambas uma entrega muito boa e o nosso nível está a subir.”

Se Jorge e Fonte ficaram à porta das melhores vitórias das respetivas carreiras na variante individual, nos pares selecionadora promoveu o regresso de Inês Murta (que há um ano teve de falhar a competição devido a lesão) e a estreia absoluta de Matilde Jorge, que com apenas 15 anos se tornou na segunda portuguesa mais nova de sempre a ir a jogo na competição e mereceu um comentário especial.

“Ela gosta de desafios e desde o primeiro dia que está na equipa que a sinto completamente integrada e à vontade com a equipa técnica. Eu já lido diariamente com ela mas ao Miguel não está tão habituada e sinto-a completamente à vontade. E o encontro de hoje foi mesmo isso. Senti que era o momento certo para ela se estrear, também para poupar um pouco as jogadoras que tiveram uma grande carga física, e a verdade é que a Matilde e a Inês se estrearam muito bem e estão as duas de parabéns”, concluiu Neuza Silva num dia que terminou já depois da meia-noite local.

Para quarta-feira, Portugal tem encontro marcado com a Dinamarca. A seleção nórdica também apresenta um elenco muito jovem e só conta com uma jogadora com classificação mundial — mas não é uma jogadora qualquer: trata-se de Clara Tauson, que há um ano liderava o ranking mundial de juniores e entretanto já é a 261.ª melhor do mundo.

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