Federer: “As três primeiras rondas são chave para me voltar a habituar à pressão”

O suíço Roger Federer iniciou a nova temporada com uma vitória tranquila sobre Steve Johnson, na primeira ronda do Australian Open. Na sala de imprensa, o helvético refletiu sobre o facto de ser dos poucos jogadores a chegar a Melbourne sem ter realizado qualquer encontro.

“Não joguei grandes encontros durante muitas semanas e 95% dos jogadores chegam aqui já com encontros disputados. Para mim, as três primeiras ronda são chave para me voltar a habituar à pressão e ficar tranquilo em situações como a de salvar um break point ou quando estou a perder por um set. Hoje joguei livremente, sem grandes preocupações, mas na próxima ronda pode não ser assim. Vou ronda a ronda, ponto a ponto”, começou por dizer.

O antigo número 1 mundial foi ainda questionado sobre a velocidade dos courts australianos, tendo admitido que estão parecidos com a última edição. “Estão similares. As bolas são muito rápidas quando são novas e depois vão mudando muito, dependendo de contra quem jogas e do quão longos são os pontos. Mas, durante os primeiros dois ou quatro jogos, joga-se muito rápido. Depois as bolas vão ficando gastas e sinto que em sessão noturna ou com o teto fechado se sente o jogo mais lento.”

Sobre nunca ter perdido uma primeira ronda num Grand Slam desde que venceu um pela primeira vez: “Honestamente, em alguns encontros estive quase [a perder]. A alteração para 32 cabeças de série é algo que também me ajudou a manter os melhores jogadores afastados, já que quando cheguei ao circuito eram apenas 16 pré-designados. Pude criar um jogo que me permite controlar esses adversários fora do top-30 na primeira ronda, com nervos. As primeiras rondas são perigosas, como por exemplo nos Masters 1000, onde podemos encontrar alguém do top-20.”

Por último, Roger Federer comentou ainda os efeitos que um bom Australian Open pode ou não ter no resto da temporada. “Quando ganhas, ou até mesmo quando chegas às meias-finais, tudo está bem. Sabes que estás em forma, vens da pré-época e isso dá-te confiança. O problema é quando jogas demasiados encontros e não tens treinos. Só jogas para ganhar e esqueces-te de como realmente se joga ténis. No Australian Open é bom se jogares bem, mas não é um problema para o resto da época se não correr assim tão bem. É pior se mais à frente na época o sucesso não estiver a aparecer e te faltar prática. Por isso gosto de ter uma série de treinos mais longos, duas vezes por ano, porque isso ajuda o meu jogo”, concluiu.

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