Pela terceira vez na história, e terceira na condição de visitante, a França é campeã da Fed Cup. Num fim de semana recheado de surpresas, emoção e história, as gaulesas levaram avante o “ataque” à Austrália para vencerem a última edição da competição no formato que conhecemos — a partir de 2020 será jogada nos mesmos moldes que a nova fase final da irmã Taça Davis.
A seleção comandada por Julien Benneteau viajou até Perth e surpreendeu a Austrália da número 1 mundial de singulares Ashleigh Barty ao vencer por 3-2 uma vitória selada no quinto e decisivo encontro, o de pares, e em grande estilo.
Porque a uma primeira jornada recheada de altos e baixos, em que cada um dos países somou uma vitória extremamente desnivelada, seguiu-se um “Dia D” repleto de surpresas, drama, emoção e festa, muita festa. Tudo começou por intermédio de Kristina Mladenovic, que no primeiro encontro do dia assinou a vitória-chave desta conquista: atual número 2 do mundo em pares e ex-top 10 em singulares, a francesa mostrou nervos de aço ao superar uma entrada menos positiva para derrotar a grande favorita Ashleigh Barty, por 2-6, 6-4 e 7-6(1).
Na frente da eliminatória, a França chamou Pauline Parmentier — provavelmente para fazer descansar Caroline Garcia — que apesar da boa réplica não conseguiu evitar o primeiro triunfo de sempre de Alja Tomljanovic com as cores australianas, graças aos parciais de 6-4 e 7-5.
Com tudo empatado, a decisão ficou para o emocionante encontro de pares. E aí Ashleigh Barty (que antes de explodir para o estrelato em singulares já tinha disputado todas as finais do Grand Slam nesta variante) uniu-se a Samantha Stosur (que tem ainda mais credenciais) para tentar contrariar a investida de Kristina Mladenovic e Caroline Garcia — outrora a equipa mais temível do circuito mas que entretanto se chatearam, deixaram de jogar lado a lado (ou até falar…) e só este ano, a tempo desta Fed Cup, voltaram a partilhar o court.
Mas não havia nada a fazer: Mladenovic já tinha vestido a capa de heroína no início do fim de semana e não a quis tirar, alinhando mais uma exibição perfeita ao lado da cada vez mais perigosa Garcia para, juntas e como nos bons velhos tempos, vencerem por 6-4 e 6-3 e darem mais uma alegria à França — agora na forma da seleção.
Depois dos títulos em 1997, na Holanda, e em 2003, na Rússia (uma das três finais que se jogou no formato de Final Four), a França chega à terceira glória na Fed Cup e escreve mais uma página na história da competição, uma vez que esta foi a última edição em que o Grupo Mundial se distribuiu por vários fins de semana. A partir de 2020, abraçará moldes semelhantes aos da Taça Davis, com a fase final a ser denominada de Fed Cup Finals.