Fim de semana de sonho para Alexander Zverev: um dia depois de derrotar Roger Federer, o jovem de 21 anos bateu o número 1 mundial Novak Djokovic para conquistar o título mais importante da carreira no Nitto ATP Finals. É o primeiro tenista alemão a vencer o “Masters” do circuito masculino desde Boris Becker, em 1995.
Numa final entre mestre (de um lado estava um jogador que já venceu por cinco vezes o torneio) e aprendiz (do outro, um estreante em decisões deste nível), o jogador natural de Hamburgo voltou a mostrar as razões que fazem dele o melhor tenista da sua geração e o único a conseguir fazer frente constante aos melhores da história.
Deixado para trás o desastroso desaire da fase de grupos para o mesmo adversário (na altura, por 6-4 e 6-1), Zverev entrou em campo renovado quer física quer, sobretudo, psicologicamente. Com as ideias no sítio e extremamente focado, o número 4 mundial esteve bem em todas as frentes: serviu sempre de forma potente — regularmente acima dos 210 km/h — e colocada, movimentou Djokovic como ninguém ao longo da semana e, acima de tudo, mostrou-se exímio na resposta ao serviço do número 1 mundial.
MAGNIFICENT!
Zverev breaks at the start of the second thanks to some brutal hitting 💣#NittoATPFinals pic.twitter.com/ZIlfIKspMy
— Tennis TV (@TennisTV) November 18, 2018
O que merece ainda mais consideração se tida em conta a forma como o jogador sérvio se tinha exibido na meia-final, ao deixar pelo caminho um Kevin Anderson que no final do encontro não hesitou em considerar esta a sua melhor forma de sempre e a deixar especiais elogios à pancada de serviço.
Foi, por isso, um Alexander Zverev intragável — talvez mesmo o melhor de sempre até à data — aquele que na O2 Arena de Londres desenhou a maior vitória da carreira, apoiada em quatro quebras de serviço (Novak Djokovic ainda devolveu a primeira do segundo set) e assinada com os parciais de 6-4 e 6-3 quando estavam decorridos 81 minutos.
Com a vitória do jovem “Sascha”, o ténis alemão vê ser interrompido o jejum de 23 anos no torneio de encerramento da temporada. A última vitória de um jogador daquele país na competição datava de 1995, quando um tal de Boris Becker derrotou Michael Chang por 7-6(3), 6-0 e 7-6(5) na decisão disputada em Frankfurt (ainda o torneio se chamava ATP Tour World Championships e as variantes de singulares e pares eram disputadas à melhor de cinco partidas e em datas e cidades diferentes).
Este é o 10.º título conquistado por Alexander Zverev no ATP World Tour (o quarto da temporada, depois de Munique, Madrid e Washington) e também o mais importante, confirmando um início de carreira brilhante para aquele que é o mais recente pupilo de Ivan Lendl.
Quanto a Novak Djokovic, sai derrotado de uma final pela segunda semana consecutiva (e terceira vez em 2018): depois do Masters 1000 de Paris, o sérvio falha a conquista do sexto título no ATP Finals, um resultado que lhe teria permitido igualar o registo do recordista Roger Federer.
O jogador natural de Belgrado tem, no entanto, muitas razões para sorrir: em 2018 regressou ao mais alto nível, conquistou mais dois torneios do Grand Slam (Wimbledon e US Open) e completou, em Cincinnati, o primeiro Career Golden Masters da história do circuito, não esquecendo, claro, o regresso ao número 1 — posição em que aliás vai encerrar o ano pela quinta vez, chegando à mesma marca de Roger Federer e Jimmy Connors e agora ficando só atrás de Pete Sampras (seis).