Surpresa a fechar o primeiro dia de ténis na O2 Arena, que recebe mais uma edição do Nitto ATP Finals: Kei Nishikori derrotou Roger Federer pela primeira vez em mais de quatro anos para se juntar ao estreante Kevin Anderson no topo do Grupo Lleyton Hewitt. Nada está decidido em relação ao futuro na prova mas o suíço já não poderá terminar o ano como número 2 do mundo.
Frente a frente pela terceira vez nos últimos quatro torneios, suíço e nipónico lutavam pela entrada com o pé direito num evento em que todos os detalhes podem ser decisivos — cada jogo ganho, cada set, cada encontro — para as aspirações na prova e no ranking (cada vitória na fase de grupos vale logo 200 pontos).
Se o “baralho” em questão fazia antever um grande duelo, foi tudo menos apelativo o que os dois tenistas produziram em court. Muito animada no início, a O2 Arena nunca conseguiu aquecer tal foi a falta de espetáculo de parte a parte, com mais erros não forçados do que winners a contribuírem para o desenrolar do marcador.
A versão de Kei Nishikori que brilhou nos ATP’s 500 de Tóquio e Viena (finalista em ambos) não apareceu e muito menos o Roger Federer que se viu na meia-final do Masters 1000 de Paris, em que o suíço esteve perto de colocar um ponto final na série vitoriosa de Novak Djokovic (24 horas depois derrotado por Karen Khachanov).
Mas encontros feios valem o mesmo desde que ganhos e nesse sentido foi o tenista japonês, número 9 do mundo, quem esteve melhor, fazendo a diferença no tie-break do primeiro set e ao quinto jogo do segundo parcial (em que até tinha sido Federer a conseguir o primeiro break) para vencer por 7-6(4) e 6-3.
Esta é a primeira vez desde março de 2014 que Kei Nishikori derrota Roger Federer. Na altura, a vitória valeu-lhe uma vantagem de 2-1 no frente-a-frente entre ambos, mas desde então o recordista de Grand Slams tinha ganho os seis encontros disputados (dois dos quais este ano).
Tempo para contas
No que ao Nitto ATP Finals diz respeito, é Kei Nishikori quem fica em melhor posição. O japonês superou o obstáculo mais difícil do grupo e logo em duas partidas, o que sendo o mesmo resultado conseguido pelo estreante Kevin Anderson frente a Dominic Thiem (o sul-africano venceu por 6-3 e 7-6[10]) lhe dá, pelo menos no plano teórico, uma certa vantagem.
Quanto a Roger Federer, não só perde a possibilidade de ultrapassar Rafael Nadal no ranking este ano (precisava de conquistar o “Masters” sem qualquer derrota) como fica numa posição desconfortável à entrada no último torneio do ano: não pode dar mais passos em falso se quiser continuar em prova.