Seria difícil pedir mais equilíbrio nas meias-finais da Fed Cup. Depois da igualdade a um em ambos os confrontos à entrada para este domingo, todas as quatro equipas somaram vitórias e só nos duelos de pares se ficaram a conhecer as finalistas. Em novembro, a França receberá a República Checa num campo ainda por ser escolhido. A Rússia, vice-campeã em 2015, foi despromovida ao Grupo Mundial II.
Em Trélazé gritou-se “Allez les Gaulois”
A jogar em casa, na Arena Loire, em Trélazé, a França tinha pela frente a Holanda que já tinha conseguido surpreender no primeiro dia. Este domingo, Kiki Bertens (que vencera Caroline Garcia) brilhou novamente e em dois sets (7-5 6-4 sobre Kristina Mladenovic) pôs a sua equipa em vantagem, mas só até ao singular seguinte, que Caroline Garcia venceria (6-3 6-4 vs. Arantxa Rus) para forçar o par.
No derradeiro encontro, em que tudo ficaria decidido, voltou a destacar-se o grande equilíbrio entre as duas seleções. Depois de uma semana de glória em Charleston, onde chegaram ao título, Caroline Garcia e Kristina Mladenovic voltaram a unir forças e conseguiram superar uma desvantagem inicial (4-6 6-3 6-3) para deixarem em lágrimas Kiki Bertens e Richel Hogenkamp, que procuravam dar à Holanda a primeira final em 19 anos.
Superado o desafio, as duas puderam gritar glória, deixar-se cair na terra e festejar com os milhares de espetadores presentes antes do cumprimento efusivo a Amélie Mauresmo, nos dias de hoje capitã da equipa. E com razão para isso: com o triunfo deste fim-de-semana, a França (que venceu em 1997 e 2003) está de volta a uma final da Fed Cup, depois de ter falhado os títulos de 2004 e 2005 “por um triz.”
República Checa determinada em continuar a dominar
Menos “sorte” que a França teve a Suíça, desfalcada da sua estrela Belinda Bencic, que viu a República Checa chegar ao fim do segundo dia com o triunfo para garantir o apuramento para a final. Surpreendida pela “modesta” Viktorija Golubic (129.ª) no encontro do dia anterior, Karolina Pliskova 18.ª) regressou sem piedade ao court para derrotar Timea Bacsinszky por 6-4 6-2 e devolver a vantagem à República Checa.
Mas porque a Fed Cup é a Fed Cup, e os jogadores ganham dimensões diferentes àquelas a que muitas vezes habituam os seus seguidores, Golubic tinha mais para dar: começou mal, deu a volta e terminou de uma forma pouco ou nada esperada por muitos, ao derrotar Barbora Strycova (33.ª) por 3-6 7-6(6) 6-1 num dos melhores encontros do fim-de-semana.
Sem uma parceira rotinada, nem a número um mundial de pares Martina Hingis conseguiu evitar o afastamento da Suíça, que erm 1998 (já com Hingis) disputou a sua única final. Lucie Hradecka (10.ª em pares) e Karolina Pliskova (também ela muito experiente e 24.ª) deram poucas hipóteses de trabalho às suíças Golubic e Hingis para, com os parciais de 6-2 6-2, selarem a passagem da República Checa à final da Fed Cup, onde procurarão o seu 10.º título (quinto desde 2011).
Sobe e desce
Relegada ao Grupo Mundial II foi a Rússia, que há cerca de seis meses disputava com a República Checa a final da competição. Desfalcada de jogadoras como Maria Sharapova e Svetlana Kuznetsova, a equipa da casa (o embate disputou-se em Moscovo) contava, ainda assim, com três jogadoras entre as melhores 55 do mundo, mas não foi suficiente para o grupo de Victoria Azarenka, Aliaksandra Sasnovich e companhia (hoje derrotaram Daria Kasatkina, 6-2 5-7 6-3, e Margarita Gasparyan, por 4-6 6-1 7-5, respetivamente), que depois da derrota no primeiro duelo do fim-de-semana somou três vitórias nos restantes singulares para subir ao Grupo Mundial.
Sem sentido inverso, a Espanha de Garbine Mugurza (derrotou Francesca Schiavone e Roberta Vinci) e Carla Suarez Navarro (venceu Vinci) conseguiu um triunfo fácil perante a Itália em Lleida, assim como os Estados Unidos da América: atravessado meio mundo, as comandadas de Mary Joe Fernandez anularam a Austrália de Daria Gavrilova (39.ª) e Samantha Stosur (26.ª) numa Pat Rafter Arena transformada (de piso rápido para terra batida) e resolveram em três singulares.
Madison Keys bateu Daria Gavrilova por 6-4 6-2, Christina McHale derrotou Samantha Stosur por 3-6 6-1 7-5 e Coco Vandeweghe levou a melhor perante a australiana por 6-2 5-7 6-4 já neste domingo. A única eliminatória a cumprir os cinco encontros foi a que opôs a Roménia à Alemanha, que foi a Cluj-Napoca vencer por 4-1 liderada pela número três mundial Angelique Kerber.
A campeã em título do Australian Open levou a melhor sobre Irina-Camelia Begu por 6-2 6-3 e Simona Halep por 6-2 6-2, com uma das suas melhores exibições desde que saiu de Melbourne. Pelo meio, Andrea Petkovic tinha saído derrotada pela número um romena (4-6 7-6[5] 6-4) mas no regresso ao court não perdoou e superou uma dura batalha perante Monica Niculescu (0-6 7-6[1] 6-3). Já sem nada em jogo, Annika Beck e Julia Goerges deram o quarto e último ponto à sua equipa ao vencerem Begu e Alexandra Dulgheru (6-7[5] 7-6[4] [10-7]).