Novak Djokovic coloca um ponto final na caminhada histórica de João Sousa no US Open

João Sousa USO

Terminou a aventura de João Sousa na edição de 2018 do US Open — e que aventura! O número 1 nacional venceu três encontros consecutivos para se tornar no primeiro tenista português de sempre a chegar à quarta ronda de um torneio do Grand Slam, até colidir com Novak Djokovic, que colocou um ponto final no seu percurso.

Frente a frente pela quinta vez na história do circuito, quarta em torneios do Grand Slam, o português e o sérvio voltaram ao palco que marcou o início da rivalidade: o Artur Ashe Stadium. E foi assim, no maior estádio do mundo, num dos quatro torneios mais importantes do calendário, que o melhor tenista português de todos os tempos tentou escrever mais história.

Mas porque do outro lado estava um dos melhores de todos os tempos, e recém campeão em Wimbledon, a tarefa revelou-se impossível. Não que o vimaranense, atual número 68 do ranking, não tenha tentado, mas porque Djokovic, empenhado em poupar energias para um mais do que provável encontro com Roger Federer nos quartos de final, entrou desde cedo decidido a evitar escorregões.

Na verdade, esta foi a melhor prestação de João Sousa frente ao ex-número 1 mundial e uma da qual, mesmo não conseguindo a vitória, sai com motivos para estar tão satisfeito quanto possível: foram várias as vezes em que conseguiu impedir Djokovic de avançar como tanto gosta no terreno para evitar que o sérvio antecipasse as suas pancadas, e a esquerda em slice também como arma — bem evidente quando, ao terceiro jogo do segundo set, conseguiu quebrar o serviço do adversário.

A esse break, o primeiro e único do encontro conseguido pelo tenista português de 29 anos, seguiu-se seguiram-se pontos e jogos muito equilibrados, com João Sousa a conseguir ser mais consistente, mas uma direita falhada de dentro para fora do court quando enfrentava set point ditou o fim das aspirações do pupilo de Frederico Marques no segundo parcial.

Com a tarefa mais complicada, o campeão em título do Millennium Estoril Open ainda viu a luz ao fim do túnel quando, no início do terceiro set, Novak Djokovic apresentou claros sinais de estar a sentir problemas físicos. O sexto cabeça de série teve mesmo de pedir a intervenção do médico do torneio e chegou a abandonar por duas vezes o court, mas voltou para fechar a tarefa em três sets e acabou por vencer pelos parciais de 6-3, 6-4 e 6-3.

Afastado daquele que se transformou num torneio do Grand Slam histórico não só para si como para o ténis português, João Sousa regressa a Portugal com a certeza de que na próxima segunda-feira estará de volta ao top 50 mundial (deverá saltar 19 posições, da 68.ª para a 49.ª) e, ainda, com um prize money de quase 280.000 dólares — o maior alguma vez ganho por um jogador luso.

E se para ele se segue a eliminatória da Taça Davis frente à Ucrânia, que Portugal está obrigado a ganhar para evitar um último play-off para não descer ao Grupo II, Novak Djokovic fica à espera do seu adversário nos quartos de final. O nome mais provável? Roger Federer, que na madrugada desta terça-feira defronta John Millman.

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