Taça Davis. Campo da Cidade Berço foi feito por portugueses e tem carimbo internacional de qualidade

Será num campo semelhante ao do torneio que encerra a temporada oficial masculina que João Sousa, Gastão Elias, Frederico Silva e Pedro Sousa lutarão pela vitória de Portugal frente à Áustria no Pavilhão do Vitória Sport Clube entre os dias 4 e 6 de março. O Ténis Portugal falou com Pedro Café, gerente da Playparc, para ficar a saber tudo sobre a superfície que foi montada na Cidade Berço para receber a eliminatória da Taça Davis.

Com quatro anos de existência, a Playparc é uma empresa especializada na construção de pavimentos e equipamentos de alta competição. A grande presença no ténis é em grande parte feita através da representação em Portugal da GreenSet. Como conta o gerente Pedro Café, “quando decidi criar a Playparc, a GreenSet foi uma das primeiras empresas que fui buscar. Eles estão muito ligados aos grandes torneios e são o pavimento oficial da maioria dos torneios do circuito ATP.”

Pavimento bem conhecido de João Sousa

O pavimento GreenSet tem uma ligação feliz ao ténis português, visto ter sido em campos de piso rápido da marca que Portugal celebrou os dois momentos mais altos da sua história: “O pavimento que está em Guimarães está um pouco associado às vitórias do João Sousa em Kuala Lumpur e Valência, onde utilizam GreenSet, e é idêntico aos do Masters 1000 de Paris e ao da Arena de Londres [que acolhe o ATP World Tour Finals].”

Como é que é construído um campo de ténis?

À semelhança de muitos dos torneios dos circuitos mundiais, a eliminatória da Taça Davis em Guimarães será realizada num pavilhão/estádio que por natureza não conta com um campo de ténis, o que implica uma construção “do zero”. Ao Ténis Portugal, Pedro Café explicou todo o processo.

“Trata-se de um pavimento amovível que é transportado e pode ser instalado em qualquer pavilhão. [A base] são umas placas de madeira com um sistema especial de encaixe entre elas. Depois, são feitas as várias camadas que este pavimento GreenSet leva. Neste caso, são cinco camadas de resina em cima do pavimento de madeira. Todo o processo Greenset é feito com produto e aplicadores de fábrica, desde a produção até à aplicação.”

Em Guimarães, “a construção do campo demorou cerca de seis dias. Depende sempre um pouco da altura do ano, porque com o frio as camadas demoram mais tempo a secar e só pode ser colocada uma nova depois da anterior estar completamente seca.”

Esta será a segunda vez que Portugal recorrerá ao pavimento GreenSet para uma eliminatória na competição por equipas, exatamente um ano depois de, no Centro de Alto Rendimento do Jamor, em Oeiras, a equipa nacional ter acolhido a seleção de Marrocos numa superfície semelhante. No caso, os campos já existiam e foi feito um retoping (aplicação de uma nova camada) para que tivesse um acabamento novo.

Trabalho português de Guimarães… Ao Rio

A história dos pavimentos GreenSet faz-se de países e torneios como os de Paris e Londres… Mas não só. Como conta Pedro Café, a equipa de cinco aplicadores que esteve na Cidade Berço trabalha em exclusivo para a GreenSet e é inteiramente portuguesa. “Eles instalam os pavimentos em todo o mundo. O pavimento dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no Brasil, é Greenset, todos os campos que lá estão são Greenset. Foi esta equipa que aplicou no Brasil, que o faz em Paris, em Londres… É uma equipa muito experiente.”

A superfície é vista como “um piso rápido um pouco lento por ser feito numa estrutura de madeira e por ter uma resina bastante resiliente que dá um bocadinho menos de velocidade à bola”, algo que muitas vezes é inclusive “pedido pelos próprios jogadores, porque gostam muito da superfície e pedem às organizações para instalarem campos mais lentos do que nos campos outdoors.”

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