24 de abril de 2018. Em Budapeste, um tal de Marco Cecchinato estava a uma vitória de chegar ao quadro principal do ATP 250 húngaro. Era favorito, mas acabou por falhar a missão e já se preparava para se despedir do torneio quando uma desistência de última hora mudou a sua semana. Na verdade, a sua carreira.
Pouco mais de um mês depois, o italiano é a grande figura do quadro masculino de Roland Garros. Até aqui com zero vitórias em quadros principais de torneios do Grand Slam, chegou a Paris com o primeiro título em torneios ATP (a caminhada em Budapeste valeu-lhe o estatuto de nono tenista da história da Era Open a vencer um torneio masculino como lucky loser) e agora continua a surpreender-se — e aos outros — com os resultados brilhantes na terra batida mais famosa do mundo.
Porque se na primeira ronda venceu um duelo épico com Marius Copil (2-6, 6-7[4], 7-5, 6-2 e 10-8), na segunda eliminou o entretanto também famoso Marco Trungelliti e na terceira surpreendeu, em quatro sets, o bem mais cotado Pablo Carreño Busta, este domingo “rebentou” a escala: derrotou David Goffin, número 9 do ranking ATP, por 7-5, 3-6, 6-0 e 6-3 rumo aos quartos de final do torneio de Roland Garros.
Quando ninguém dava nada por ele, Marco Cecchinato soube aproveitar a sorte que teve e transformá-la em resultados, que por sua vez se traduzem em pontos (só em Budapeste foram 250 e em Paris já garantiu mais 360) e, claro, dinheiro — o sempre útil e necessário dinheiro, sobretudo na carreira de um jogador que, como Cecchinato, até aqui pouco tinha amealhado. De tal forma que o que já garantiu ao vencer quatro encontros em Paris (380.000€) diz respeito a mais de um terço dos seus ganhos até aqui.
E agora? Bom, agora a fasquia sobe ainda mais: o próximo adversário do tenista italiano de 25 anos, número 72 do ranking ATP, será o sérvio Novak Djokovic, campeã de Roland Garros em 2016 e que este domingo ultrapassou, com a exibição mais convincente desde que aterrou em Paris, o espanhol Fernando Verdasco. Independentemente do que aconteça, esta aventura já ninguém lhe tira.