Se há tenista que por esta altura merecia agarrar com as duas mãos um troféu de campeão do ATP World Tour, esse tenista era Pablo Andújar. O espanhol de 32 anos, que nos últimos anos viveu um autêntico calvário de lesões no cotovelo direito, tem todos os motivos e mais alguns para celebrar este domingo.
Chegado a Marraquexe depois de uma excelente semana em Alicante, onde conquistou o Challenger local, Andújar repetiu a receita em solo marroquino, ao exibir-se a grande nível para arrecadar a edição deste ano do Grand Prix Hassan II, o único ATP 250 sediado no continente africano.
Na verdade, dificilmente poderíamos encontrar palco mais especial para o regresso aos títulos na “primeira divisão” da modalidade. É que foi precisamente em Marrocos que Andújar conquistara os seus dois primeiros troféus de campeão (2011 e 2012), quando este evento se realizava na cidade de Casablanca (até 2015).
Sobre a final de hoje, o antigo 32.º posicionado do ranking mundial, carrasco de João Sousa nas meias-finais, não teve dificuldades de maior para se impor ao jovem britânico Kyle Edmund (26.º), reclamando o tão desejado troféu com um triunfo resolvido através dos parciais de 6-2 e 6-2, em uma hora e 22 minutos.
Diga-se que Pablo Andújar perdeu apenas um set durante a prova (frente a Alexey Vatutin, nos quartos de final, e depois de até ter tido um match point na segunda partida), numa clara demonstração de força e da boa forma que atravessa.
Este quarto título da carreira, o primeiro desde 2014 (Gstaad), vai permitir ao espanhol natural de Cuenca colocar-se no top 160 mundial, ele que disputou este torneio como 355.º classificado — desde Lleyton Hewitt (550.º), em 1998, que não havia um campeão individual ATP com um ranking tão baixo.
Já Kyle Edmund, que chegou ao derradeiro encontro sem ter cedido um set, vai registar um novo máximo de carreira esta segunda-feira, quando vir o seu nome no 23.º lugar. E o Millennium Estoril Open está aí à porta!