Diário de Frederico Marques – 25ª entrada

Esta semana, e em mais um grande exclusivo Ténis Portugal, Frederico Marques fala dos dias passados em Pequim, onde o seu pupilo, João Sousa, somou mais uma vitória num torneio ATP 500. O técnico português abordou ainda os treinos com dois dos melhores jogadores da atualidade e o duelo do português com o mais recente campeão de um torneio Major, explicando detalhadamente as duas situações. A não perder:

“Foi mais uma boa vitória do João em torneios da categoria ATP 500, neste caso em Pequim. Todos os encontros são de grande nível e muito disputados neste tipo de torneios e os resultados são sempre muito equilibrados. A vitória ou derrota resumem-se muitas vezes a detalhes muito pequenos como um passing shot ou uma boa direita num ponto de break. Desta vez o João foi feliz no terceiro set e saiu vencedor.

Ao longo da sua ainda curta carreira o João tem-nos habituado a grandes reviravoltas, o que demonstra que um encontro de ténis só acaba quando se perde o último ponto. Aí está o mais bonito deste desporto: independentemente do resultado é sempre possível vencer.

Relativamente ao jogo com o Marin Cilic, o João teve pela frente um jogador muito bom e agressivo, que ganha imensos pontos com o serviço e as suas pancadas de fundo do campo, nas quais imprime um ritmo e peso de bola muito elevados. O João fez um bom jogo mas ainda nao foi possível sair com a vitória frente a um top10.”

Relativamente às diferenças de defrontar o croata antes e depois do mesmo vencer o US Open…
“O João já tinha competido em Madrid este ano contra o Cilic. Na altura, o resultado foi muito desfavorável e praticamente não houve encontro. Desta vez, o João criou dificuldades e com maior eficácia em pontos de break tudo poderia ter sido diferente. Há que continuar a trabalhar e acreditar no trabalho que se está a desenvolver pois seguem-se os torneios de Xangai, Estocolmo e Valência.”
Ainda em Pequim, e durante a participação na prova, João Sousa subiu a palcos secundários do completo construído para os Jogos Olímpicos de 2008 para se preparar para o torneio com Rafael Nadal e Richard Gasquet. Marques, confrontado com a forma como ‘encontros’ destes se proporcionam, deu uma detalhada explicação:

Já é algo habitual treinarmos com o Nadal [como o Ténis Portugal adiantou por várias vezes, entre as quais durante o Rio Open]. Temos uma relação muito boa com ele e com toda a equipa técnica e visto serem das pessoas com quem nos damos melhor no circuito é natural treinarmos juntos quando existe essa possibilidade.

Em relação ao Gasquet, foi a primeira vez que treinamos juntos. Muitas vezes estes ‘nomes’ podem assustar as pessoas mas tanto para mim quanto para o João não passam de mais um jogador. Mesmo para o Nadal ou o Federer, o nome João Sousa já implica algum respeito e querem treinar com ele — já faz parte da elite e está entre os melhores.

Foi o treinador do Nadal que veio falar comigo para combinarmos, enquanto no caso do Gasquet fui eu que fui falar com o treinador dele. O Gasquet já tinha perdido e eu queria alguém com disponibilidade e nível para dar um bom treino ao João, porque ainda estava em competição.

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