Sábado, dia 20 de Setembro de 2014. Gonçalo Falcão, ex-número 961 do ranking ATP, está escalonado para, ao lado de Nuno Deus, disputar o derradeiro encontro de pares masculinos da edição de 2014 do Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto, no CIF, em Lisboa. Até aqui tudo normal dirá o caro leitor.
Sábado, dia 20 de Setembro de 2014. Gonçalo Falcão, ex-número 961 do ranking ATP, está escalonado para disputar, em Castelo Branco, a primeira ronda da fase de qualificação do “Future” de Castelo Branco. E esta?
No mínimo insólito, mas a coincidência (vamos chamar-lhe assim) aconteceu mesmo e o Ténis Portugal, que falou com Gonçalo Falcão, conta-lhe como tudo se passou.
“Disputei a primeira ronda do Future de Castelo Branco às 10h de hoje [sábado]. Tive que sair de casa [em Lisboa] às 6 da manhã para lá ir jogar. Terminado o encontro voltei para Lisboa para jogar a final de pares masculinos”, começou por referir o atleta do Carcavelos Ténis.
Um wildcard por parte dos organizadores da prova albicastrense poderia ter sido a bóia de salvação para este episódio e o lisboeta, de 26 anos, lamenta o sucedido. “Obviamente que não foi o melhor dia, mas faz parte. No entanto, não se percebe como é possível fazerem o Nacional Absoluto colado aos Futures disputados em solo português”, salientou Falcão, que acrescentou: “Surgem situações destas e a maior parte de nós [tenistas] fica sem tempo de adaptação à superfície”. Note-se que o Nacional Absoluto foi realizado em courts cobertos de terra batida, ao passo que o torneio de Castelo Branco é disputado em piso duro ao ar livre.
Chegado ao CIF directamente de Castelo Branco por volta das 14h30, Gonçalo Falcão foi um dos protagonistas da final de pares masculinos, que começou ao final de tarde/início de noite e terminou já depois das 21h30.
Porém, a odisseia de Gonçalo Falcão não termina aqui. Na sua visita relâmpago a Castelo Branco, o lisboeta deixou pelo caminho Bruno Lança na primeira ronda do “qualy” e, nesse sentido, regressou à cidade beirã na manhã deste domingo para procurar dar continuidade à sua prestação no torneio local. As horas do encontro? 13h.
António Sabugueiro sofreu do mesmo mal
Além de Gonçalo Falcão, também António Sabugueiro, de 17 anos, se viu confrontado com esta (uma vez mais) coincidência. O jovem tenista lisboeta discutiu ontem [sábado] de manhã a final de pares mistos do Nacional Absoluto mas a meio da tarde já se encontrava em Castelo Branco para o seu compromisso na fase prévia.
“Tive de jogar não só no mesmo dia, como em condições muito diferentes das encontradas no CIF. Passei de court lento para rápido, e de bolas mais pesadas para bolas mais leves, o que torna o jogo bem mais rápido”, sublinhou Sabugueiro ao Ténis Portugal. “Infelizmente, quem tem que passar por estas condições nem sempre se consegue apresentar ao nível desejado e os resultados não são os esperados”, atirou.