Francisco Cabral e Nuno Borges tornaram-se na primeira dupla portuguesa a alcançar os quartos de final de um torneio do Grand Slam e a prestação no Australian Open tem deixado o especialista de pares cada vez mais satisfeito, especialmente porque a vitória selada na madrugada deste domingo lhe permitiu cumprir um objetivo antigo.
“Estar nos quartos de final significa muito muito, é algo que eu sempre quis alcançar e especialmente depois de já ter ficado ‘à porta’ por duas vezes”, contou ao Raquetc na sequência da vitória deste domingo sobre Tallon Griekspoor e Botic Van de Zandschulp, dos Países Baixos.
Acerca do encontro, o portuense de 28 anos, número 76 mundial depois de já ter estado no top 50, disse ter sido “um excelente jogo, de alto nível, contra dois jogadores muito bons.”
“Fizemos um jogo muito sólido e estamos felizes por termos encontrado forma de vencer. Era um encontro muito perigoso porque eles jogam com muita potência e têm uma qualidade de bola que não existe nos jogadores de par. Estivemos sempre muito alerta porque a qualquer momento podem aparecer com pontos incríveis e virar o encontro para o lado deles, [mas] mantivemos os níveis de concentração altos durante o encontro todo e isso ajudou-nos muito a conseguir a vitória”, acrescentou o número um nacional da variante.
O encontro desenrolou-se na John Cain Arena e deu a Francisco Cabral uma rara oportunidade de atuar num dos maiores palcos de um Grand Slam, experiência que promete tornar-se inesquecível: “Adorei! Quanto maior o estádio, mais eu me divirto. Acho que é assim com a maior parte dos jogadores, treinamos e vivemos para jogar em estádios assim e com estes ambientes. Foi muito gratificante ver a John Cain Arena muito composta no jogo de hoje.”
Agora seguem-se os finalista de 2024, os italianos Simone Bolelli e Andrea Vavassori, “uma dupla fortíssima” que foi “das melhores do ano passado e a melhor deste início de ano tendo em conta que ganhou Adelaide e está nos quartos de final aqui”. Por isso, Cabral e Borges terão de “jogar a um grande nível” para terem a oportunidade de passarem às meias-finais e continuarem a fazer a história que até aqui escapara ao mais velho dos dois.
“Não fazia a mínima ideia”, admitiu ao ser informado de que esta é a primeira dupla portuguesa a chegar aos quartos de final de um torneio do Grand Slam (Nuno Marques e João Sousa fizeram-no com parceiros de outras nacionalidades). “Sabia que o João já tinha feito vários quartos de final e que o Nuno também tinha feito uma vez porque já foi meu treinador e foi um dos melhores jogadores de pares de Portugal.”